Sinopse
O MCU – Mitológico Cavaleiro Ungido, é uma figura saída dos porões (ai, que meda!) do que existe de pior na vida brasileira. Dotado de uma capacidade ímpar de “tocar terror”, como dizem os apresentadores de programas radiofônicos e televisivos policialescos, e de extremo mau gosto. Ele se parece com a caricatura de sua própria caricatura, é que ele parece querer imitar sua própria desconformidade e inadaptabilidade para a vida em sociedade.
A expressão “o patriotismo é o último refúgio do canalha” é atribuída ao literato inglês Samuel Johnson, segundo James Boswell em sua obra Life of Samuel Johnson. Boswell diz que o autor da frase famosa não se referia ao “amor real e generoso” pela pátria, mas, sim, ao pretenso patriotismo que tantos, em todas as épocas e países, têm usado como um manto para a realização dos próprios interesses. “Parem de destruir em nome do patriotismo e de seu Deus; chega de ódio” – diria um dos javalis empoderados.
O livro é, ainda, uma crítica, que se pretende bem-humorada, ao sistema de justiça do país, cujas entranhas são, ainda, um livro cerrado, que necessita ser escancarado. A Justiça só deve existir para o bem. Quando se desvia, as democracias agonizam e morrem.
Sobre este livro
2022: Em Busca Da Democracia Perdida, com participação especial dos Javalis Empoderados, é uma leitura crítica e bem-humorada (rir para não chorar) da realidade fantástica, e não menos brutal e opressora, em que foi mergulhado o povo brasileiro, a partir do golpe midiático-congressual-militar, de 2016. É uma espécie de realismo mágico ou fantástico pós-qualquer-coisa (se você não entendeu a expressão, este escriba confessa que, também, não).
A história, romanceada, é contada, a “quente”, isto é, enquanto os acontecimentos dantescos, e não menos ininteligíveis, mas reais, infelizmente, se sucedem, com a omissão das instituições, no principal. Essas instâncias devem existir para garantir o exercício da democracia, ainda que precária.
A presença, no enredo, dos javalis empoderados, é uma alegoria sobre a proeminência, nesse momento tenebroso, do chamado agronegócio (agroveneno), que tem, no atual desgoverno, um cúmplice, para a invasão da Floresta Amazônica, com desmatamento e forte liberação de venenos agrícolas, assassinando o meio ambiente.
Um certo personagem, esse real, disse que vai acabar com o desmatamento até 2030. Raciocinemos: se o desgoverno desmatar tudo, até às 23h59, do dia 31 de dezembro de 2029, não haverá mais desmatamento, a partir do dia 1º de janeiro de 2030. Então, tá!
Os javalis, algo revolucionários, são a representação da fauna e da flora, que estão sendo dizimadas, sob o olhar complacente da justiça e do Congresso Nacional. No Congresso, que inclui o Senado, está o Centrão, fiador de todas as cagadas do atual desgoverno, em troca de gordas verbas parlamentares, eufemismo para investimento eleitoral nas “bases”.
LEIA MAIS– 1º capítulo
ISBN: 978658962456-1
Número de páginas: 240
Formato: 15X21 cm
R$ 74,70 R$ 52,29
Sobre o autor
Geraldo Andrade é advogado, de formação; jornalista e escritor, de profissão. E essa rima, pobre, de dois substantivos comuns, não é gratuita. É, também, cantor e compositor de MPB, e de um estilo que poderia ser classificado como de temática rural.
Em sua vida profissional, trabalhou em vários setores, como construção civil, assessoria sindical de comunicação e jurídica, e na comunicação institucional. Hoje, dedica-se à literatura e à música, paixões inarredáveis.
É mineiro, tendo vivido em Recife-PE nos anos 1990, onde conheceu uma cultura popular autêntica, e que muito admira. Lá, se impressionou com a firmeza como os pernambucanos preservam suas tradições, como o São João, Carnaval, Maracatu etc. Em Recife, também, teve uma triste visão da desigualdade social, com uma separação espacial, tênue, entre os abastados e os que mais nada têm, além de sua dignidade. Mas esses despossuídos, à época, nunca perdiam o bom humor, o que muito agradava e agrada ao autor, que gosta de levar a vida de maneira bem-humorada. Acredita até que há, em “2022: Em Busca da Democracia Perdida”, que tem a participação especial dos javalis empoderados, muito do mundo fantástico e hiperbólico que conheceu em Pernambuco, especialmente em Recife. “Como não se inspirar, diante de uma manifestação como o Galo da Madrugada, que, simbolizado por um galináceo gigante, arrasta multidões pelas ruas da Recife histórica, no Carnaval. Dali a Olinda, é um passo – de mineiro, claro – onde se dá de cara com bonecos gigantes. O galo e os bonecos poderiam ter saído de um conto fantástico de Borges, Cortázar ou García Márquez.
Este é seu livro de estreia, mas tem outros originais, “no embornal”, como se diz em Minas Gerais.