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O silêncio e a terra – André Soltau (Conto a Gotas)

Psiuuu. Calar nem sempre significa ausência de palavras. As palavras são seres de gênio difícil. Escolhem seus interlocutores como se fizessem um jogo de sombras com bocas vazias e mentes inquietas. Prefiro as cores que são mais expansivas. As palavras fazem suas escolhas conforme a ocasião.  Claro que Solidão discorda. Ela prefere os que falam […]

O silêncio – Marcos Pamplona

As pessoas me enviam originais de livros por e-mail. Meu trabalho, como editor, é avaliar se esses originais são publicáveis. Vem de tudo. Alguns são tão ruins que nem sei o que dizer ao autor. Escrevo uma resposta breve e me despeço cordialmente. Outros entram na categoria dos razoáveis, e aí eu preciso ver se, […]

Entre novas e repetidas, a memória – Denise Mazocco (Umas cuias com a memória)

Já tenho 28 repetidas. Tenho da Zâmbia, Nigéria, Haiti (uau! o Haiti na Copa!), Vietnã, Alemanha, Brasil, Marrocos, Nova Zelândia – a anfitriã. Ora, é da Copa do Mundo Feminina, não seria no Catar. Há pouco descobri o álbum de figurinhas. (Re) descobri o cheiro da cola, as tabelinhas de jogos, o jogo do bafo, […]

O que vem do céu me atinge – Fabio Santiago

Não dá para errar a mão e nem perder o fluxo, o refluxo. Você sabe que tudo pode acontecer, por isso, vai ao dia de peito aberto, sin perder la ternura jamás. Repare, do céu vem uma chuvarada pastosa, cocô de algum passarinho com desarranjo, digo isso devido ao volume da carimbada na jaqueta, cabeça […]

Dedo de moça – André Soltau (Conto a Gotas)

A rotina era sempre a mesma. Acordava cedo, aquecia as carnes já preparadas na noite anterior, abria a massa, recheava, fechava e embalava cuidadosamente para carregar no isopor. Prepara a bicicleta, arranja a cesta com uma toalha que protege o forno pequeno, um vaso com flores secas, caixinha com troco e amarra a mesinha desmontável […]

Da crítica crítica – Flávio Viegas Amoreira

Nunca esquecerei aquele poeta genial dando passos em círculos na Avenida Paulista à altura da Casa das Rosas em busca dum vergonhoso guaraná; patético para um antigo maldito abatido pelo Parkinson. Mestre Roberto Piva sequioso por todos desregramentos agora preso a um corpo que não o obedece e reduzido a pequenos gostos prosaicos. Piva cunhou […]