por Bruno Nogueira
Ela levou tudo embora, mas a bolsa ficou na sala. Quando olhei estava vazia, mas avisei e ela não quis buscar. Disse que prefere a nova.
Mas a bolsa abandonada não está velha. O couro ainda tem aquele cheiro leve-terroso de couro novo, é liso, macio, o tecido dentro é suave, resistente e
Não que eu entenda de bolsa, que eu não entendo de bolsa, é bolsa de mulher. Eu tenho muita ferramenta pro trabalho, acabei reparando que a bolsa tem o tamanho certo, e uns compartimentos que daria exato pra levar carteira e celular e deixar o grosso do espaço pras ferramentas. Não cabe tudo, mas tem ferramenta que nunca usa.
Mas lógico que eu não vou usar a bolsa, nem penso. É bolsa de mulher.
E é bom levar a caixa, porque vai que a gente precisa de uma ferramenta mais incomum, e já é exercício pros braços carregar pela alça, aquele peso que avermelha o couro da palma da mão e com o tempo faz rachar. A bolsa no ombro pesa mais suave.
Não que eu tenha saído com a bolsa, lógico. Eu sei porque coloquei ela no ombro em casa, de piada, sabe, não vou usar de verdade. Não gosto dessas coisas.
De repente compro uma mochila.
*Bruno Nogueira é um escritor e tradutor mineiro, nascido em Lagoa da Prata e radicado em Curitiba, onde busca concluir um mestrado em literatura.
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