De Lula a Bolsonaro: combates na internet – A guerra virtual narrada em carne viva

Quando a timeline vira trincheira

Se você viveu no Brasil entre 2003 e 2022 (e não passou esse tempo todo em Marte), já sabe que a política nacional virou um reality show distópico. Pois bem, Rodrigo Vianna, jornalista de primeira linha e voz crítica da mídia tradicional, mergulha de cabeça nesse caos em De Lula a Bolsonaro: combates na internet. E o melhor, sem cair no academicismo ou na simplificação. Aqui, a timeline vira trincheira e o livro, um diário de guerra.

Crônicas com sangue nos olhos (e lucidez na pena)

O grande trunfo do livro está na forma: são textos curtos, crônicas, tiradas afiadas e relatos pessoais que resgatam os momentos decisivos da política brasileira, com um foco todo especial na disputa feroz que se travou (e se trava) nas redes sociais. Vianna não economiza munição, vai de Lula a Bolsonaro com faro jornalístico, memória crítica e ironia elegante.

Sim, há análise, mas também há fúria. E há emoção. Não à toa, o autor acompanhou de perto o cerco à democracia, a ascensão do lavajatismo, a derrocada da imprensa independente, e a onda de ódio digital que carregou Bolsonaro ao Planalto. Ele viu, sentiu e escreveu, e isso transborda nas páginas.

Da bolha progressista ao esgoto digital

Um dos méritos do livro é não se restringir à bolha progressista. Vianna mete o dedo na ferida da esquerda também: questiona a passividade diante dos avanços do autoritarismo e o fetichismo das redes que, muitas vezes, substituiu a ação política real. Ao mesmo tempo, desnuda as engrenagens da máquina de desinformação da extrema-direita, suas milícias digitais, seus robôs, seus influenciadores do caos.

Mais que uma coletânea de textos, o livro funciona como um documento histórico. Quem quiser entender o que foi o Brasil da década de 2000 à atual precisa passar por aqui.

Para quem é este livro?

  • Para quem não aguenta mais explicação chapa-branca.
  • Para quem viveu (ou sobreviveu) aos governos Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro.
  • Para quem quer entender como a internet virou arma política de destruição em massa.
  • Para quem ainda acredita que escrever é um ato de resistência.

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