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Ligações Que Rasgam – Raul K. Souza

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O poeta que já nasce iconoclasta 

Em tempos em que a juventude se tornou tão careta e reacionária, faz-se mais do que urgente a revolta, a rebeldia, a provocação. Claro que não me refiro aqui a palavras de ordem inócuas, a discursos blasé de redes sociais, mas sim a construções e desconstruções de linguagem. 

Raul K. Souza já é conhecido na cena curitibana (e também em outras paragens) por seu trabalho impecável como editor. Aqui o leitor e a leitora conhecerão o Raul poeta. Ligações que rasgam é sua estreia literária, e Raul simplesmente deixa poetas mais rodados boquiabertos. Versos como “no escuro quarto da casa/da alma/da família/com sonhos no chão, remetem a um Pessoa em Aniversário, ou em Lisbon Revisited, tamanho o grau de sua poética reflexiva, pensada, mas não hermética. 

 A poesia de Raul é grito, urro, gemido, mas não se contentem com tão pouco, leitores e leitoras; acima de tudo a poesia de Raul K. Souza é linguagem. A linguagem que corre e escorre pelos poros mais recônditos de leitores e leitoras mais atentos (as) que também gritam, que também urram, que também gozam.  

Ligações que rasgam traz a poética do corpo, do onírico, da memória e do metafísico. Raul K. Souza, iconoclasta contemporâneo, estreia com brilho, com furor, com fúria. 

Daniel Osieckipoeta 

 

Os pontos da memória e dos corpos pela cidade ligam-se em uma ginástica violenta. Ligações com outros poetas, cujos versos correm pelos poemas. Ligações que rasgam: todo encontro implica em perder uma parte de si. 

Clarissa Comin 

Primavera 2021

ISBN: 978-65-89624-05-9

76 pág.

 

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R$ 39,70 R$ 19,85

Lendo seus poemas me veio um turbilhão de pecados que antes de se aflorarem no desbunde das noites (ou dia?), se revigoram no coração do cavaleiro solitário. Essa figura que bebe o lírico para vomitar o caos do horizonte, um jogo de perdas e consolos que apenas o cobertor, a caixa de pizza ou mesmo a tatuagem podem nos atravessar. Se Oswald nos pita “amor/ humor”, aqui nós temos “amor/tumor”, com ressonâncias de uma certa senhora d (Hilda) travestida de m, com o presságio & peregrinação de um Piva, ou mesmo as hipnóticas e cavernosas intimidades de uma Clarice ou Szymborska. Somos o andrógino de Oswald pois continuamos “audaciosos” no bário e passado, na delicadeza do tapa, olhar perdido para quem sabe que pode surgir um outro nascimento pela manhã. A vida é uma viagem, são lugares, mas também a minha orquídea repleta de fungos e tétano. Seremos um ao outro complacentes de uma mesma vagabundagem? Mal sabíamos que o nosso maior veneno é respirar.

Hoje em dia sou bronco com muitas poesias que não me dão o que mais me arreia: a pulsão. E nos poemas do Raul ela está eletrificada, tomando no pé da letra (ou no bicho-de-pé) da convulsão do grande Octávio Paz: subversão poética é subversão corporal, ou melhor, como Breton: poesia se faz na cama (mesmo que esteja mijada).

Vinicius Comoti

 

Raul K. Souza

Raul K. Souza é natural de Curitiba, com formação em Filosofia, largou uma especialização em Direitos Humanos para andar de bicicleta e depois também largou a bicicleta. 

Atua como Editor-executivo na Kotter Editorial. Escreveu o Zine independente Astronautas pedem uma pizza e dois pathos com gelo (2017), produzido junto de Francieli Cunico e de Antonio Lopes. Muito crítico, pois virginiano.