“Como encurtar a literatura feita por nossa distância? Como apontar de quem é a voz que agora surge se, no próprio ato de leitura, somos também coautores de tudo o que no texto se oculta? Não tenha por si que o poeta responda essas questões que se iniciam, senão que se insira por um vão apalavrado para enganar quem convencido lhe resume. Aqui, o poeta Dimo Fernandes parece estar sempre a nos lembrar que por trás do decadente show cotidiano, onde o sorriso frouxo se mostra obrigatório, a angústia ainda vive como o velho senhorio da casa, a nos pesar com a sua constância. Apesar disso, não podemos deixar passar que é exatamente nesse fio de sofrimento que entrelaçamos o que temos em comum: nossa humanidade. Pois, embora seja flagrante a urgência em respirar além de sua condição, é flagrante também a humanidade do poeta, escancarada em sua ferida aberta e no seu pendor contraditório. Os poemas que aqui estão se inserem justamente na impossibilidade de termos acesso ao céu de cada um, pois o poeta sabe que moramos todos na fatalidade da distância e que se nos jogamos de cabeça em certo vão apalavrado é para, de certa forma, sumirmos nele, sem receio de bastar em uma curta melodia. “
Verão 2018
978-85-68462-82-9
60 pág.
R$ 39,70 R$ 27,79
Disponível por encomenda
Dimo Fernandes
Dimo Fernandes estudou cinema na cidade de São Paulo, onde nasceu em 26 de junho de 1982. Atualmente cursa filosofia na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).