Alguns poemas, uma prosa. Aliás, um conto. Um conto de certa extensão, algo meio raro nestes tempos velozes de hipermodernidade. Com esse punhado de textos, o autor, Guilherme Cornelsen, pede licença e se apresenta à literatura nacional. E com um discurso onde se percebe a luta que nos acompanha desde que, homo sapiens sapiens, saímos das savanas e começamos a construir esse organismo incompleto e falho a que chamamos civilização. Estou falando da luta entre Eros e Tanathos, entre o princípio de vida e o princípio de morte, que às vezes se confundem e às vezes não com o princípio do prazer e o princípio da realidade. Nos poemas e no conto de Guilherme, esses dois princípios se encontram e se confrontam, às vezes prevalecendo um, às vezes prevalecendo outro. Se por um lado, o eu lírico “passeia pelas madrugadas / em busca de um sentido”, por outro ele sofre “a ação danosa do tempo.” É nessa tensão entre a busca e a fuga que os versos e a prosa de Guilherme se constroem. Sem pretensão, sem impostação, muito pelo contrário, encontramos em Um silêncio ondulado uma voz que faz da aparência da sinceridade o seu tom, e ora balbuciando, ora gritando, está sempre em procura de suas próprias modulações. Ouçamo-la com a devida atenção.
Verão 2021
ISBN: 978-65-86526-97-4
100 pág.
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R$ 44,70 R$ 31,29
Guilherme Cornelsen
Guilherme Cornelsen é um paranaense nascido em Chopinzinho em 1994. Graduado em Gastronomia e atualmente cursa Letras, resolveu escrever para libertar as incertezas e conseguir conquistar os sonhos. A paixão da literatura deu-se pela introdução a Dostoiévski e Sylvia Plath. O Silêncio Ondulado é seu livro de estreia.