Uma forma de lidar com o fato da indeterminação sem que tenhamos que nos fixar dogmaticamente numa vontade compulsiva de verdade, numa natureza determinante ou numa revelação de transcendência benevolente, estando mesmo abertos à sua real possibilidade, é tentar replicar as vivências da interação do indivíduo com outras subjetividades circunstantes e suas percepções por meio de metáforas. Para o indivíduo idiossincrático de nosso tempo, e só de nosso tempo, este pode ser um caminho em direção a um quadro mais abrangente de sua circunstância, sem que o sofrimento por indeterminação o conduza necessariamente ao dogmatismo, sem que o relativismo o conduza como uma bússola sem ímã e sem que o subjetivismo o sufoque em seu excesso psíquico. Essa intimidade traduzida em metáforas, tão estranha quanto próxima e comum, é o objeto desse ensaio de literatura especulativa.
João da Cruz Gonçalves Neto é professor na faculdade de direito e pesquisador no programa de pós-graduação em direitos humanos da Universidade Federal de Goiás.
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