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Era uma Vez… Em São Paulo, mergulha no universo do realismo fantástico para explorar temas como o suicídio, a traição, o amor, a depressão e a crueldade contra os animais. Dividido em duas partes, o livro mistura de magia e realidade em narrativas ágeis e intrigantes.
Na primeira parte, os contos evocam a atmosfera encantada dos contos de fada. Em “O Beijo da Sereia”, um marinheiro desesperado procura por uma sereia numa noite enluarada no Rio de Janeiro, com a intenção de se suicidar. Já em “Uma Promessa”, um príncipe perverso, um oficial vaidoso e uma camponesa que guarda um segredo, têm seus destinos entrelaçados quando surgem boatos de que um unicórnio está escondido na floresta do reino.
Na segunda parte, os contos transportam o leitor para a vibrante São Paulo dos dias atuais. Em “O coração de pedra de Emília Hart”, uma jovem desiludida recebe um colar de safira de um estranho numa balada no centro da cidade com a promessa de que se usá-lo, não sofrerá mais. E em “Uma Boa Menina”, um universitário apaixonado vive eternamente o mesmo deja vu.
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Era uma vez… em São Paulo
Belle Maso.
1. ed – Curitiba: Kotter
Editorial, 2024.
148 páginas
16X23 cm
ISBN 978-65-5361-376-8
R$ 59,70 R$ 41,79
Disponível por encomenda
Era Uma Vez… em São Paulo apresenta uma narrativa que captura a essência de uma era. A ambientação no Brasil, especialmente a de tempos passados, oferece ao leitor um contexto vívido e nostálgico, onde Belle Maso entrelaça a dimensão coletiva do país com os dilemas íntimos do personagem principal. Sua habilidade em compor esse cenário reflete não apenas a relação do indivíduo com seu entorno, mas também o espelhamento entre o social e o psicológico.
A Construção do Protagonista e Seus Conflitos
Joaquim Lagrasta emerge como um marinheiro desiludido cujos sonhos foram gradualmente desfeitos pelo peso da realidade. Ele não é simplesmente um personagem imerso em desespero, mas uma figura representativa de uma geração ou de um determinado grupo social, carregando consigo não apenas seus desejos pessoais, mas o reflexo de uma época de promessas quebradas e horizontes turvos. A solidão de Joaquim é, em muitos momentos, um reflexo das aspirações frustradas de uma sociedade que enfrenta desafios difíceis de serem nomeados.
Atmosfera e Técnica Narrativa
A fusão entre o realismo histórico e a fantasia poética é um dos maiores trunfos da narrativa de Belle Maso. Ao tratar cidades como personagens e ao misturar episódios fantásticos com o cotidiano, a autora dá um toque de magia a uma São Paulo que, ao mesmo tempo que é urbana e agitada, também possui uma dimensão etérea. Essa dualidade entre realidade e onirismo não só amplia a experiência do leitor, mas coloca o Brasil – e especialmente as cidades como São Paulo e Rio de Janeiro – como elementos vivos que participam da jornada interna de Joaquim.
Sereia: Símbolo e Catálise de Mudança
O encontro com a sereia carrega uma simbologia densa. Ela representa uma linha tênue entre a esperança e o desespero, funcionando como um espelho dos anseios de Joaquim. Ao mesmo tempo que atrai o marinheiro com promessas de consolo, a sereia é a própria personificação do que há de mais perigoso em suas aspirações – a tentação de entregar-se à fantasia como uma forma de escapar do que ele considera insuportável na realidade. Esse encontro funciona, portanto, como uma chave narrativa que expande os limites da consciência do personagem e o força a confrontar suas próprias ilusões.
Reflexões Sobre a Condição Humana
Era Uma Vez… em São Paulo não se limita a ser um romance sobre um marinheiro em busca de redenção; trata-se de uma exploração profunda da condição humana e dos sentimentos universais de deslocamento, esperança e desesperança. Ao construir uma narrativa que desafia os limites entre o real e o poético, Belle Maso nos convida a nos perdermos nos corredores da mente de Joaquim, para descobrirmos que, muitas vezes, as respostas que procuramos se encontram na aceitação de que o sentido da vida não é um destino, mas uma jornada constantemente revisitada.
Era uma Vez… Em São Paulo, mergulha no universo do realismo fantástico para explorar temas como o suicídio, a traição, o amor, a depressão e a crueldade contra os animais. Dividido em duas partes, o livro mistura de magia e realidade em narrativas ágeis e intrigantes.
Na primeira parte, os contos evocam a atmosfera encantada dos contos de fada. Em “O Beijo da Sereia”, um marinheiro desesperado procura por uma sereia numa noite enluarada no Rio de Janeiro, com a intenção de se suicidar. Já em “Uma Promessa”, um príncipe perverso, um oficial vaidoso e uma camponesa que guarda um segredo, têm seus destinos entrelaçados quando surgem boatos de que um unicórnio está escondido na floresta do reino.
Na segunda parte, os contos transportam o leitor para a vibrante São Paulo dos dias atuais. Em “O coração de pedra de Emília Hart”, uma jovem desiludida recebe um colar de safira de um estranho numa balada no centro da cidade com a promessa de que se usá-lo, não sofrerá mais. E em “Uma Boa Menina”, um universitário apaixonado vive eternamente o mesmo deja vu.