Criticando os escritores alemães de sua época, Schopenhauer, numa passagem dos seus Parerga e paralipomena, afirma o seguinte: “deve-se usar palavras comuns e dizer coisas incomuns, mas eles fazem o inverso”. Claro que é uma frase de efeito e, como tal, deve ser vista com ressalva – como algo que pode conter sua dose de verdade, mas que jamais serve como regra universal. Lembro aqui, por exemplo, de Guimarães Rosa, que construiu uma das obras mais extraordinárias de nossa literatura e gostava de usar (e criar) palavras incomuns. Ainda assim, confesso que gosto muito da frase do filósofo alemão, porque é isso que desejo: escrever uma poesia límpida, direta, concisa. Não aquela poesia verborrágica, hermética e esotérica, que na maioria das vezes a única coisa que consegue despertar no leitor é enfado. Mas que ao mesmo tempo seja uma poesia de qualidade, e não um amontoado de frases de senso comum dispostas sem a preocupação de ritmo. Foi com esse desejo que escrevi este paisagem circular. Será muita pretensão para um livro de estreia? Será que, pelo menos em parte, consegui atingir esse objetivo? Evidente que a resposta caberá ao leitor.
Verão 2018
ISBN: 978-85-68462-86-7
88 pág.
R$ 39,70 R$ 27,79
Disponível por encomenda
Emerson Cruz
Emerson Cruz nasceu em 1975, na cidade de Curitiba, mas viveu da infância até os primeiros anos da juventude na cidade vizinha de Fazenda Rio Grande. É formado em História, Memória e Imagem pela Universidade Federal do Paraná. Paisagem circular é seu livro de estreia.