Ele gosta da tempestade se aproximando e de grandes ventanias que levam as folhas e pensamentos a rodopiar por aí. Basta, para ele, um véu de lua e ideias de sol para que um livro seja parido com as dores típicas de um escritor inquieto. Não há dúvidas de que André gosta de um silêncio e de instantes de solidão. São nesses momentos que ele sente o cheiro da liberdade. Seus últimos livros – Dobras (Crônicas) e Palavra d’água (contos) – estão equilibrando-se no fio que separa o silêncio do ruído cotidiano. O silêncio sempre chega com uma ousada e surpreendente palavra. André prefere as que vem ao avesso do dia para que a solidão não seja apenas companhia do escritor, mas assunto de seus textos.
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Kátia Nascimento
Ela gosta do mar calmo e do sol que reflete na água. Mas basta o vento de Iansã para que as águas fiquem revoltas e transformem sua aparente água de Oxum, num mexer constante de placas submersas fazendo imergir histórias que se misturam com sua realidade. O fio do silêncio que envolve cada uma delas, pode-se perceber nos livros: A vida mística de Eugênia (romance) e Rio das Pedras (contos). O fio ainda está solto. Se movimenta para a próxima história, no próximo conto. O silêncio permanece. É nele que o escritor acomoda o que foi exaustivamente observado.
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