Maico
Maico, pseudónimo de Carlos Pimenta, deriva do nome de um pequeno automóvel de linhas arredondadas dos anos cinquenta que costumava estacionar defronte da casa onde decorreu a sua infância, em Lisboa. Terá sido a sua primeira e incontornável paixão, de tal modo profunda que acabou por sedimentar nos seus ouvidos e na boca de toda a gente que foi conhecendo ao longo da vida. A escrita acontece preguiçosamente. Bem como a pintura, a música, a cerâmica… iniciativas que vão deixando tímidas pegadas dispersas por aqui e acolá. Porque quis o destino que a sua sobrevivência passasse pelas encruzilhadas do passado e do presente, foi abraçando a Biologia e a Arqueologia, numa oscilação pendular iniciada em finais dos anos sessenta do século XX que se prolonga até hoje. O gosto e respeito pela Natureza e pelos vastos patrimónios que alicerçam a História vai perpassando naquilo que escreve, condimentado com personagens e situações que só agora são partilhadas. Pássaros, sombras, rios, ruínas… revelam-se através das mulheres inacessíveis que afloram em delírios que sobrevoam as fronteiras do surreal. Porque, no fundo, a vida pode ser embalada em milhões de papeis diferentes quando deixamos escorrer na imaginação tudo aquilo que vimos, que não vimos, mas que, talvez, um dia venhamos a descobrir!
Teodora Horsch Salve
Lisboa, janeiro de 2021
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