Conheço Pedro Hos de sua militância necessária em favor da transparência, não essa manifestação obtusa e arcaica dos portais, na maioria “fakes”, que povoam a rede mundial de computadores como ferramentas oficiais dos governos prestarem conta de suas ações,
mas a translucidez de caráter, de atitude, de caminhar. Pedro age motivado pela coexistência, só existe porque nós existimos, e nesse existir, ciente que o coração não é um órgão que apenas bombeia sangue, sai por ai, defendendo o que acredita, mas fundamentalmente vivendo de acordo com sua consciência, mimeógrafo metafísico que só repete em folhas brancas nossa verdade.
Assim como o genial Leminski, crítico aos conservadorismos da sociedade, incorpora às suas letras elementos e representações da violência diária nas grandes cidades, talvez por isso, para antagonizar este tempo ‘escroto’ onde um vírus consegue ser menos letal que um “pensamento em exercício público”, traz o folclore para dialogar com o presente com cheiro de passado. No encontro de um ser escravizado que em seu descanso eterno toma forma de um corpo seco, com um garoto das quebradas, da estirpe dos soprados e semeados com poesia pelo valoroso Sérgio Vaz, traz a nós a ferida aberta da escravidão e todas assuas sórdidas facetas.
Pedro Hos é um de nós.
Fabrício Correia
PEDRO HOS
Nasceu em dezembro de 1990, São José dos Campos/SP. Graduado em Banco de Dados, nas horas livres alterna entre escrita, leitura, panificação, destilação e o que mais lhe der na telha, pois inquieto. Seu primeiro livro “Pés no Chão” 2019 (edição do autor), uma coletânea de textos escritos desde 2016. Também escreveu e publicou alguns contos em concursos.
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