RASCUNHOS – Exercícios do olhar poético traz um correr do tempo em que o escrever foi revelando o aguçar a sensibilidade, o se deter ante anonimatos e cotidianos. O dentro e o fora dialogando, mas também o monólogo cavando e deixando transparecer revelações quase previamente sabidas.
Nesse exercício, também a descoberta paralela de como o fascínio pelo expressar-se ajuda a sutilizar descobertas e aprofundar caminhadas, a partir do saltar a barreira do “pudor das palavras”. A recorrência de alguns temas, por outro lado – como nos “outono, quinta-feira santa” – vai desdobrando o sentir em décadas de perplexidades, de mãos dadas com a quietude, perceptíveis a diferentes faixas de leitores.
Enfim, algo de quem escreve desde sempre mas somente aos 66 anos publicou seu primeiro livro (ficção). E ousa, agora, esse desnudar-se: publicar poesias.
Ou versos, como prefere dizer.
*
“Em tempos tão sombrios, uma obra como a de Mirian S. Cavalcanti é de extrema relevância.” – Daniel Osiecki, editor-adjunto e analista de originais na Kotter editorial.
Mirian S. Cavalcanti
Carioca, assistente social de formação, Mirian S. Cavalcanti vive desde 1993 em pequena vila capixaba com cerca de 400 habitantes. Ali, participou da criação e militância em ONG ambientalista, com Biblioteca e Brinquedoteca comunitárias. Publicou o primeiro romance aos 66 anos, quando incorporou de vez à sua vida isso de escrever, essa aventura de ouvir personagens que não dão a mínima atenção ao que tenta determinar para eles.
E, desde sempre, crê na arte como ponte entre os povos, apesar da lavagem cerebral da globalização.
Publicou Ficção (romance, contos, crônicas e infantojuvenil); e, como organizadora e autora, Não Ficção (memórias coletivas universitárias e estudantis; e programa de Educação Ambiental com professores).
Francis Kurkievicz –
A poética de Mirian S. Cavalcanti já é velha conhecida nossa. Seu livro híbrido [contos & crônicas] ANONIMATOS é uma pequena obra prima, plena de poesia e imaginação; Seu romance FEMINA FEMINAE é outra grande obra, uma prosa carregada de lirismo e dramaticidade polifônica. RASCUNHOS tem a mesma estirpe, uma poesia que não se deixa domar por critérios do gênero poético, é antes um magma vertendo lucidez em cada verso.