Ao Vires Isto: Gertrude Stein, Tradução e Intermidialidade

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Este livro é sobre a prosa de Gertrude Stein, sobre as influências que ela exerceu e exerce sobre artistas e escritores, e sobre sua tradução, interlinguística e intersemiótica. Mas “Gertrude é uma Gertrude” (Augusto de Campos, 1986). Ela ainda parece ser, como Edmund Wilson sugeriu há décadas, “absolutamente ininteligível mesmo para o mais simpático leitor”. Se seus experimentos não se adequaram facilmente ao aparato crítico-teórico de seu tempo, isso parece não ter avançado muito. As razões são bem conhecidas. Ao subverter premissas fundamentais, manipular surpreendentemente gêneros e normas, Gertrude criou um idioma experimental quase sem precursores. Sua prosa exige um leitor especial, atento a pequenas variações (fônicas, rítmicas, prosódicas, sintáticas, semânticas) criadas pela manipulação de um pequeno acervo de grupos lexicais ordinários, como moduladores adverbiais e cláusulas transitivas, e liberto dos efeitos criados pela redundância aparente. Qualquer abordagem de sua obra deve enfrentar seu “lance de dados”, “indigesto” até hoje. Ele desafia teorias, métodos, categorias, classificações e hábitos de interpretação. O cenário que emerge deste livro sugere que domínios radicais de invenção e descoberta de novos processos de linguagem, em muitos ambientes artísticos, deve à obra de Gertrude aquilo que ela melhor representa — a vertente experimental mais originalmente independente da tradição conhecida.

 

Gertrude: “Einstein foi a mente filosófica criativa do século e eu fui a mente literária criativa do século”.

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Contém um texto histórico do poeta Augusto de Campos.

Outono 2018

ISBN: 978-8568462-60-7

198 pág.

R$ 59,70 R$ 41,79

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Ao Vires Isto, organizado por: Daniella Aguiar, Luci Collin e João Queiroz.

Daniella Aguiar Professora do bacharelado em Dança e do mestrado em Artes Cênicas, Instituto de Artes, Universidade Federal de Uberlândia, onde coordena o Grupo de Pesquisa em Dança e Intermidialidade. Desenvolve pesquisa artística e teórica em traduçãintersemiótica e intermidialidade, desde 2007, com foco nas relações criativas entre dança e outras artes (literatura, música, mídias locativas). Também pesquisa criação em dança, e relação técnica-criação, de uma perspectiva baseada nas teses de cognição situada” cogniçãdistribuída

 

 

 

 

 

 

Luci Collin Graduada no Curso Superior de Piano, em Letras Português/Inglês e no Curso Superior de Percussão Clássica. Concluiu o Doutorado em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês na USP (2003), com tese sobre os retratos literários de Gertrude Stein, e cumpriu dois estágios de Pós-doutorado na USP (2010, 2017). Desde 1999 leciona Literaturas de Língua Inglesa e Tradução Literária na UFPR. Como poeta e ficcionista tem 18 livros publicadostambéé autora, com Rodolfo Coelho de Souza, do libreto da ópera A máquina de Pascal em Pernaguá. Já traduziu Gertrude Stein, E. E. Cummings, Gary Snyder, Jerome Rothenberg, Vachel Lindsay, Eiléan Ní Chuilleanáin e Moya Cannon, entre outros. 

 

 

 

João Queiroz é professor do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É autor e editor de diversos livros e ‘special issues‘, entre os quais Lógica Diagramática de C.S.Peirce (2013), Diagrammatical Reasoning and Peircean Logic Representations (2011), Genes, InformationSemiosis (2009), Artificial Cognition Systems (2005), Semiotics and Intelligent Systems Development (2005), Semiose Segundo Peirce (2004). É co-editor do projeto Commens – Digital Companion of C.S.Peirce (Creative Commons, 2014). É membro do International Association for Cognitive Semiotics (IACS), diretor do Grupo de Pesquisa em Ciência Cognitiva e Semiótica (IAD/UFJF), pesquisador associado ao Centro de Estudos de Intermedialidade e Multimodalidade, Linnaeus University (Suécia), e ao Departamento de Linguística da Universidade Free State​ (África do Sul). Suas principais áreas de pesquisa incluem: Semiótica Cognitiva, filosofia de C.S.PeirceIntermidialidade.