Leite de Pedra – Ewaldo Schleder

Código 9786586526851 Categorias , , ,

Ewaldo Schleder Filho, curitibano que vive hoje em Florianópolis (SC), é um poeta singular, que transita entre o lirismo amoroso e a denúncia social, a melodia da balada e a aspereza rítmica, o coloquialismo urbano e a retórica visionária, construindo uma poética consistente e original, próxima a um certo minimalismo construtivista, em que não faltam imagens estranhas, de uma ironia insólita. Quase a totalidade de seus escritos encontrava-se em jornais e revistas – nacionais e algumas internacionais, sem reunião em livro. Agora, como celebração de seus 50 anos de trabalho poético, o autor decidiu apresentar ao público uma coletânea com 50 de seus melhores poemas, como registro de sua jornada criativa até o momento. A poesia de Ewaldo Schleder Filho, produzida de modo anárquico e registrada em cadernos de anotações, revela uma curiosa coerência estético-formal: poemas escritos em diferentes épocas dialogam entre si, como se o poeta, ao longo de cinco décadas, estivesse escrevendo o livro que o leitor tem agora em mãos – uma precisa arquitetura piranesiana, construída sem um plano prévio. A espontaneidade, a leveza, o fluxo de sons e imagens moldaram eesses poemas, revisados, depois, com o olhar rigoroso do poeta, que não se encaixa em nenhum rótulo ou gaveta de arquivo literário. É preciso lê-lo em sua intensidade, em seu vigor, em seu pleno meio-dia. Sua poesia é uma caixinha de surpresas, um jogo de quebra-cabeças, um caleidoscópio que nos fascina a cada releitura porque a beleza, como sabia John Keats, is a joy forever.  

Claudio Daniel 

Poeta, editor e crítico literário

 

Ewaldo expõe suas múltiplas influências a cada poema desta bela coletânea. Bebeu da fonte luminosa dos irmãos Campos, mas andou pelos caminhos de Drummond, esculpindo as tais pedras do meio.”

Ernani Buchmann, escritor 

Verão 2020

ISBN: 978-65-86526-85-1

124 pág.

 

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Conheci o Ewaldo por apresentação do amigo comum Walmor Marcellino, também poeta, também um lutador pela manutenção da Democracia. Falar da poesia de Ewaldo não é tarefa fácil, nem me atrevo aqui a querer fazer uma análise do estilo. Em Literatura sabe-me melhor o conteúdo. Para quem gosta de ler nas entrelinhas, atrevo-me a dizer que o poeta em questão não se preocupa se amor rima com flor. A bússola do Poeta aponta para uma realidade onde não importa a rima de palavras dengosas, e onde o pranto da dor de amor está colocado de uma forma criptografada. Neste Sangue de Pedra temos uma linguagem nova na Poesia, onde as mesmas palavras de sempre nos agridem com a criptocidade de sua invenção, e nos sacode para que acordemos do sono absurdo em que nos meteram.”  

Nelson Padrella, poeta

Ewaldo Schleder

Comecei escrever de tudo um poucoentretanto – como quase sempre – com um verso na cabeça e uma namorada no coração. Foi nos anos 70, século XX. Desde então, de modo intermitente, faço poemas. Uma grande parte da minha poesia foi para o lixo, outra se perdeu, uma terceira alcançou publicação – em diferentes veículos e reuniões de poetas alhures na aldeia globalAgora, a propósito dnúmero zero dos anos 20, século XXIdecidi ir buscar cerca de cinquenta poemas, concebidos desde o já distante 1970, para rechear este livro que tens em mãosMas o assunto aqui é poesia e não aritméticacerto? Pois então vamos a ela, tirar logo o leite dessas pedras.