Histórias Breves – Cuentos Breves – Maico

Código 978-65-89624-37-0 Categorias , , Tags , ,

Os textos nascentes nos fazem sentir surpreendidos pela sobre impressão de paisagens e personagens arrancadas às suas histórias que se vão transfigurando para que os encontros inesperados, felizes ou de confrontação possam ter lugar… Escrevi-lhe uma carta. Uma carta vazia, sem uma letra que fosse. Uma página levemente amarelada dentro dum envelope carimbado algures, numa cidade distante… (Mil novecentos e setenta e dois). Figuras simples ou de estatuto superior, rebeldes ou apaziguados, mostrengos ou beldades que nos enchem os olhos de espanto, encanto ou pavor, uma linhagem de seres para quem a resignação por vezes faz sentido, mas outros não aceitam ver a sua vida “real” amputada de vibração, intensidade e amplitude…Amanhã fujo. Tenho um esconderijo nos caniços onde os rouxinóis fazem os ninhos. Depois chocam os ovos que haverão de estalar por dentro para surgirem corpitos vorazes com bicos enormes que cedo aprendem as artes do ludíbrio. E depois, depois aquilo que realmente me interessa – o voo! Quero viajar na geografia sem limites, colocar-me às ordens do vento e tornar-me um migrador peregrino… (Amanhã fujo). Na ânsia de se abrirem à liberdade de consciência, ao direito à autonomia da vida, ao dom poético, esses seres vindos do passado ou habitando o futuro vão criando o mundo da poesia que o autor quer ver transmigrado.

Maria João Coutinho
Dezembro de 2020

ISBN (Portugal) 978-989-54870-3-5

ISBN (Brasil) 978-65-89624-37-0

132 páginas

outono/2021

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Maico

Maico, pseudónimo de Carlos Pimenta, deriva do nome de um pequeno automóvel de linhas arredondadas dos anos cinquenta que costumava estacionar defronte da casa onde decorreu a sua infância, em Lisboa. Terá sido a sua primeira e incontornável paixão, de tal modo profunda que acabou por sedimentar nos seus ouvidos e na boca de toda a gente que foi conhecendo ao longo da vida. A escrita acontece preguiçosamente. Bem como a pintura, a música, a cerâmica… iniciativas que vão deixando tímidas pegadas dispersas por aqui e acolá. Porque quis o destino que a sua sobrevivência passasse pelas encruzilhadas do passado e do presente, foi abraçando a Biologia e a Arqueologia, numa oscilação pendular iniciada em finais dos anos sessenta do século XX que se prolonga até hoje. O gosto e respeito pela Natureza e pelos vastos patrimónios que alicerçam a História vai perpassando naquilo que escreve, condimentado com personagens e situações que só agora são partilhadas. Pássaros, sombras, rios, ruínas… revelam-se através das mulheres inacessíveis que afloram em delírios que sobrevoam as fronteiras do surreal. Porque, no fundo, a vida pode ser embalada em milhões de papeis diferentes quando deixamos escorrer na imaginação tudo aquilo que vimos, que não vimos, mas que, talvez, um dia venhamos a descobrir!  

 

Teodora Horsch Salve 

Lisboa, janeiro de 2021