Entrevamento – Antônio Mariano

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Moacir é um presidiário sentenciado a 30 anos de prisão por assassinato. Por bom comportamento, acaba de ser transferido para uma cela com direito a uma pequena janela, por meio da qual pode enxergar uma fração de mundo. Nem isso ele deseja. Sua cela é o seu mundo. Ou poderia ser, caso não precisasse dividi-la com João, que prefere ser chamado de Joana. 

Onde qualquer um enxergaria uma fresta de liberdade, Moacir só vê ameaças. A luz do dia e a presença de João/Joana rompem uma lógica duramente construída ao longo de sua formação como homem. Curiosamente, Moacir é um leitor ávido. Mas, em vez de ampliar seus horizontes, os livros só servem para trancafiá-lo, cada vez mais, em um universo que reforça a única masculinidade que aprendeu a identificar como sua. 

Acompanhar os movimentos da mente de Moacir exige do leitor um exercício de compaixão difícil de ser realizado. Machista, racista, homofóbico, está longe de ser um assassino frio. Pelo contrário, é um homem tomado pelas próprias emoções, aprisionado em si. 

Poucas vezes se viu um romance pinçar a jugular do machismo estrutural com tanta precisão. Desenhar o perfil de um dos tantos Moacir que encontramos nas manchetes dos jornais sensacionalistas não é tarefa para amadores. Exige um sofrido exercício de alteridade, um mergulho quase suicida na formação da própria masculinidade e um domínio seguro da linguagem. 

Nada disso seria surpresa se estivéssemos falando de um romancista experiente, mas Antônio Mariano nos apresenta seu romance de estreia. Até então conhecido – e reconhecido – poeta paraibano, com breve incursão pelo conto, resolveu, em Entrevamento, meter o pé na porta do mundo da prosa longa. E o fez com força e coragem. 

Rosa Amanda Strausz 

Escritora e editora 

Outono 2021

ISBN: 978-65-89624-14-1

264 pág.

 

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Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”, diz Saramago citando El-Rei D. Duarte na epígrafe de Ensaio Sobre a Cegueira (1995). Moacir, protagonista deste Entrevamento, pode olhar, mas não consegue ver. Sua cegueira repousa sobre Sandra Regina, personagem deste romance de Antonio Mariano que, a seu modo, é também um ensaio sobre a impossibilidade de reparação: de uma visão dupla, sobre um amor cheio de ilusões de ótica. São miragens que surgem e logo vão se evanescendo, nos seduzindo e nos desorientando, no vasto horizonte destas páginas. 

Tiago Germano, escritor 

Antônio Mariano

Antônio Mariano nasceu na Capital da Paraíba em 20 de agosto de 1964. Servidor público concursado, exerce o cargo de técnico do seguro social do INSS. Foi colunista do jornal A União por 5 Anos (2000/2005). Mais tarde (2009 e 2010), editou 13 números do Correio das Artes, suplemento literário desta mesma publicação. É autor de, entre outros, Guarda-chuvas esquecidos (Lamparina Editora, 2005), Sob o Amor (Patuá, 2013) e O dia em que comemos Maria Dulce (Ficções, 2015) num total de cinco livros. Em 2021 sai a edição  bilíngue celebrativa dos 30 anos de sua de estreia em poesia, O gozo insólito (Scortecci, 1991), traduzida para o espanhol pelo poeta Catalão Josep Domènech Ponsatí. Entrevamento é seu primeiro romance publicado. 

 

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