A empresa responsável pela venda das vacinas afirma que o governo Bolsonaro pediu 1 dólar por cada dose de vacina, em um pedido de 400 milhões de doses. Isso significa que há um caso evidente de corrupção.
Diante disso, Bolsonaro vai tentar fugir de todas as formas e declarar que não sabia de nada. Porém, este novo fato se soma ao depoimento de Miranda, que registrou que o próprio foi avisado sobre operações suspeitas na compra dos imunizantes.
Desta forma, há a possibilidade de queda do Bolsonaro pelo STF, com um novo processo contra seu governo, mais robusto do que o frágil processo por prevaricação. Isso porque todo mundo pode chamá-lo de corrupto.
Agora é uma questão de tempo. Se a pressão for grande, Bolsonaro pode cair em dias. Se a pressão for maior ainda, ele pode renunciar. O detalhe é que não existe mais escapatória para o presidente seguir afirmando que não sabia da corrupção e que estava fazendo um trabalho em prol do povo brasileiro.
O trabalho do governo ao procurar empresas para comprar vacinas tinha apenas o objetivo de dividir o dinheiro entre ele, seus assessores e seus familiares. Provavelmente, a mansão do Flávio Bolsonaro tem alguma ligação com essa propina das vacinas, porque sua aquisição aconteceu num momento muito próximo ao evento da compra das doses, além de ser um valor significativo, muito acima do poder aquisitivo do salário do senador.
Se houver cassação da chapa, Arthur Lira será presidente do Brasil por 3 meses, que é o período que ele tem para chamar novas eleições. Se, ao invés disso, ocorrer um processo de impeachment ou a renúncia do presidente, Mourão assume a Presidência até o final de 2022. Qualquer tipo de queda do Bolsonaro acarretará em um novo presidente até 2022, ou seja, as novas eleições ou até mesmo o mandato não ultrapassaria o final do ano que vem.
Bolsonaro poderia fugir destes escândalos se ele tivesse conseguido engajar o seu povo em uma espécie de levante, entre militares e evangélicos, para protegê-lo dessa situação. Com isso, ele poderia botar medo na Câmara e no STF. Entretanto, ele não tem conseguido amedrontar nem a CPI, pois não consegue mais engajar o público como fazia antes.
Se Bolsonaro continuar no poder depois dessa informação sobre as propinas é porque há muito dinheiro sendo destinado ao Arthur Lira e aos demais deputados que o mantém no cargo.
Por fim, algo que ninguém mais pode fazer é chamar Bolsonaro de honesto. Acabou o apoio do presidente baseado na ideia de um político que lutava contra a corrupção. No momento, nosso trabalho é pressionar, tanto o STF, como Arthur Lira, para efetivar a queda do presidente da república.