O Ministério da Defesa, em conjunto com as Forças Armadas, lançou uma nota afirmando que não irão tolerar a situação que aconteceu na CPI da covid-19, em referência à fala do presidente da comissão, o senador Omar Aziz, que apontou que há militares, ainda no cargo, envolvidos em casos de corrupção. Segundo a nota, as Forças irão tomar uma atitude caso falas parecidas sejam ditas novamente.
Com pouco mais de 400 mil homens, seria muita coragem alguma atitude violenta por parte das Forças Armadas frente a mais de 160 milhões de brasileiros que são contrários a esta ação que visa colocar em xeque o estado democrático brasileiro. Essa rejeição se deve, em grande parte, ao genocida que ocupa a cadeira de Presidente da República.
Os tempos são outros e não vamos aceitar um golpe calados. Iremos continuar denunciando os erros que os militares cometem e o máximo que pode acontecer é uma ação análoga à que aconteceu na Turquia. Naquele país, os militares colocaram tanques nas ruas, deram tiros para cima e logo que as informações do ocorrido tomaram os noticiários do mundo tudo caiu por terra.
Os militares também se utilizam do artigo 142 da Constituição Federal para argumentar que têm base legal para agir e até mesmo dar um golpe com Bolsonaro no poder. Porém, estes sofrem, como afirma o guru deles, Olavo de Carvalho, de analfabetismo funcional, pois este artigo afirma que as Forças Armadas são instituições nacionais permanentes e regulares, ou seja, não pertence a nenhum General de dez estrelas ou ao Presidente da República, mas sim pertence à nação e ao povo.
Por isso, a Marinha, Aeronáutica e Exército devem agir para proteger o estado democrático brasileiro, as instituições vigentes e a ordem constitucional estabelecida.
A constituição afirma ainda que essas devem ser organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República. Em outras palavras, apesar do Presidente ser o chefe de estado maior, nenhum membro das Forças Armadas pode descumprir a lei para obedecê-lo.
Porém, ao contrário do que afirma a lei, a valentia de alguns membros das Forças Armadas é contra o povo, o qual deixou claro que não irá deixar acontecer no Brasil o que aconteceu em 64, pois os tempos mudaram. Temos mais maneiras de resistir.
Tentar um golpe neste momento é jogar com a sorte. Será obra de um grande azar se os militares conseguirem dar um golpe militar no Brasil, no século 21, e sob a tutela do pior presidente que o país já teve, sendo este também um dos piores militares que o Exército brasileiro produziu.
A desmoralização do Exército, da Marinha e da Aeronáutica começou no momento em que alguns militares decidiram apoiar um ex-militar pífio, como o presidente Bolsonaro, que foi expulso do Exército por armar atentados terroristas. Este foi reintegrado apenas por questões estranhas e internas do exército e saiu da organização como se nada tivesse acontecido.
Todavia, vários colegas e superiores do Bolsonaro, que trabalharam com ele, disseram que este sempre foi problemático. Quando era do Exército, era muito ambicioso e gostava de utilizar do seu cargo para humilhar ou lucrar, de alguma maneira, em cima de seus subordinados.
Vale ressaltar que essa ideia do presidente Bolsonaro de imaginar que ele vai pedir para o “seu” Exército, como costuma dizer, ir para rua e este vai obedecer é algo fora da realidade. Além disso, esses generais que pensam que é possível dar um golpe de estado no Brasil e que nenhuma nação democrática do mundo vai intervir, justamente, na maior potência econômica da América Latina, têm um pensamento atrasado.
Esta estratégia de guerra que as Forças Armadas estão expondo é uma estratégia que os japoneses chamavam de suicida ou Kamikaze. Continuar ameaçando a democracia brasileira de forma subliminar é ignorar que a população não aceitará isto.
Ainda há tempo, entretanto, de voltar atrás neste posicionamento, pois do contrário todos irão morrer, ideologicamente, abraçados com o bolsonarismo. Deste modo, todos serão jogados na lata do lixo da história.
Se você é um militar e é contra esse governo fascista, não se preocupe: se você se rebelar contra o Estado, a população estará ao seu lado.
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