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Não existem mais fronteiras, ainda que existam nações. Fraternos, Iguais, Iluministas e Libertários duelam por recursos, num mundo em que a máquina substituiu praticamente todas as atividades anteriormente feitas por pessoas.
Assim como a “inteligência-máquina”, a genética atinge seu ápice. Quase tudo sobre um indivíduo pode ser escolhido ao nascer, ou mudado, ao longo de sua vida: sexo, cor da pele… A tecnologia permite a vida em mundos virtuais detalhados. Não há mais guerras territoriais, nem risco nuclear.
Apesar disso…
Há poucas perspectivas. A maior parte das pessoas se encontra entre os miseráveis da franja, a violência interpessoal se alastrou entre as nações e o mundo não sabe o que fazer para sobreviver à máquina. A alternativa para muitos é a extinção do gênero feminino.
Martha Schwarz, ex-escrava, assistente não-remunerada, uma das últimas pessoas negras… Uma jovem brilhante com um passado trágico e muita força interior, não será mera espectadora. Sua trajetória logo a colocará em rota de colisão com as guerras culturais de seu tempo.
Aqueles que cruzarão seu caminho contarão sua história. A luta pelo futuro irá começar.
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“A ficção científica é a superexcitação da realidade tecnológica da atualidade”, pontuei em uma conversa com o escritor Anderson Fonseca (Arca, Frank, crônicas de um assassino) acerca da leitura surpreendente do romance As Cartas do Dia Seguinte, de Alan Demanboro, cujo repertório acerca de pesquisas dentro desse campo se mostrou tão profundo que não hesitei em interrogá-lo, desconfiado de que tudo aquilo não pertencia ao território da imaginação especulativa, mas de um leitor metódico do ponto de virada da humanidade. A minha intuição mostrou-se correta.
Meu assombro poderia representar pouco se a revelação não se ligasse à habilidade narrativa. As informações da área de ciência são entremeadas ao percurso de Martha Schwarz, a personagem cicerone do mundo de Demanboro repleto de realismo e terror.
A humanidade pós-apocalíptica dividida em castas: Fraternos, Iluministas, etc…, está em um embate espinhoso acerca de seu próprio destino e aperfeiçoamento. O papel das mulheres parece em xeque, os conflitos advindos dessa crise estão plasmados em Martha Schwarz que reúne em si predicados para discuti-los, não apenas por tais marcas se imprimirem em sua trajetória física com abusos de todos os tipos devido a sua natureza de não-remunerada, mas também por se integrarem ao itinerário intelectual dela.
Alan Demanboro possui uma expertise interna para a criação de diferentes personagens, com biografias tão díspares, dores tão pessoais, radiografando a cada um, estabelecendo a comunicação do universo deles com o da personagem Martha Schwarz.
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ISBN: 9786553610620
Total de páginas: 400
Formato: 16X23 cm
R$ 99,70 R$ 69,79
Alan Demanboro é Paulistano, mestre em psicologia e estudioso das ciências do cérebro e da mente, com experiência em centros de saúde e de pesquisa. Além disso, é um amante da literatura e autor de romances. Sua prática clínica o aproximou dos dramas, dores e vivências das pessoas sob seus cuidados e sua formação e prática científicas o tornaram cônscio das grandes questões bioéticas acerca do futuro da humanidade, um tema que ele acredita que, juntamente com a tecnologia e a ecologia, definirão o futuro de nossa espécie.
Como autor, procura trazer todo a sua formação científica, filosófica e humanística para sua escrita. Escreveu “A casa de Concepção”, um drama familiar contado a partir dos pontos de vista conflitantes de seis irmãs e “O caderno de sangue”, um romance kafkiano e surreal acerca da brutal perseguição a uma jovem e sua lenta transformação naquilo que dela se espera. Estes dois livros, auto publicou como ebooks pela Amazon. Publica agora seu terceiro romance pela editora Kotter.