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Marcia Lucena teve uma importante carreira pública iniciada como Gerente da Secretaria de Educação de João Pessoa, assim como Secretária de Educação e Presidenta da Fundação Cultural do Estado da Paraíba.
Em 2016 disputou e venceu as eleições para Prefeita do município de Conde, uma cidade com praias lindas e paradisíacas, mas com feia e infernal má distribuição de renda e de meios.
Vencidos os desafios iniciais de uma prefeitura comandada por interesses da elite imobiliária, seu governo despontava a olhos vistos pelo olhar de equidade, pela voz que dava ao povo da periferia social da cidade, pelas realizações na educação e na cultura, e pelo acolhimento que lhe deferia a população da cidade.
Enquanto isso o país vivia a agonia de um golpe de estado, perpetrado em paralelo a um ataque judicial contra o governo que caía e contra setores econômicos, notadamente o de óleo e gás e o da construção pesada.
Tudo isso se dava por uma soma de vetores controlados por grupos organizados que, empenhados não em promover o alegado Estado mínimo, mas sim a apropriar-se de enormes nacos desse Estado, cooptaram praticamente toda a mídia hegemônica do país.
A movimentação principal se deu ao redor do que se convencionou chamar de Lava Jato, mas esta ensejou o aparecimento de satélites de si mesma. Um destes satélites foi a Operação Calvário, perpetrada contra o governo de Ricardo Coutinho e outras autoridades do estado da Paraíba, entre elas, a prefeita Márcia Lucena.
Sem qualquer processo, Márcia teve sua casa invadida numa madrugada pela Polícia Federal e ficou presa por uma semana, só saindo da prisão com uma tornozeleira eletrônica, entre uma série de outras restrições que lhe foram impostas.
Os crimes de que era acusada sequer eram crimes mas, acima de tudo, eram ações praticadas em período muito diferente do período em que Márcia ocupou cargos na Secretaria em que as ações se deram. O lawfare existe exatamente para fazer ouvidos moucos às provas factuais e para dar máxima atenção às denúncias infundadas. O resultado disso é que é desastroso. E a destruição nunca fica restrita ao caluniado, mas toda a sua família vira refém da situação.
O relato desse livro é triste, por tudo que se disse aqui, mas é acima de tudo revelador do quanto pode um espírito humano. Márcia jamais se entregou à fatalidade em que foi envolvida, sempre lutando pelo reestabelecimento da verdade.
A verdade é filha do tempo, já observava Galileu Galilei, e com o tempo a verdade deste caso vai emergindo.
Essa verdade devolve a dignidade aos dignos, mas não repara o mal que a mentira causou, tampouco os mentirosos perdem o quanto se locupletaram com a mentira que criaram.
Esse livro é a história de uma mulher incrível, uma guerreira ímpar, que dá orgulho e faz acreditar no ser humano. Mas é também uma denúncia, para que fatos desumanos e injustos como esse sejam cada vez mais contidos no futuro. Oxalá!
Salvio Kotter
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ISBN: 978-65-5361-104-7
Págs: 136
Formato: 16X23 cm
R$ 59,70 R$ 41,79
OS AUTORES
Nicodemos Sena nasceu no município de Santarém, oeste do Pará, em 1958, e passou sua infância entre indígenas e caboclos do Rio Maró. Em 1977, vem para São Paulo onde se forma em Jornalismo, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), e em Direito, pela Universidade de São Paulo (USP). Repórter e redator em órgãos da imprensa de São Paulo, retorna ao Pará em 2000, no posto de diretor de redação de “A Província do Pará”. Sua estreia literária acontece em 1999, com o romance “A Espera do Nunca Mais – Uma Saga Amazônica” (1.112 páginas, 3a. edição, Kotter Editorial, Curitiba, 2020), com o qual recebeu, em 2000, o Prêmio Lima Barreto/Brasil 500, concedido pela União Brasileira de Escritores (Rio de Janeiro). É também autor dos romances “A Noite é dos Pássaros” (Prêmio Lúcio Cardoso, da Academia Mineira de Letras, 2004), “A Mulher, o Homem e o Cão” (2008) e “Choro por ti, Belterra!” (2017).
Sálvio Nienkötter teve incursão em várias artes, passou por formação musical clássica, escreveu para e atuou no teatro, mas tem sido às letras que dedica seus esforços desde a virada do milênio, quando criou o premiado Movimento Polavra, que explorava o esplêndido potencial artístico do público. Publicou, entre outros, uma versão anotada verso a verso da Ilíada de Homero e atualmente é editor da Kotter Editorial. Seus últimos livros são: Comunicação Política (2020) em parceira com o Leonardo Stoppa, BoraVotar, em parceria com Carlito Neto (2020), e o livro de contos Bucólico Desatino (2020).