EM ESTOQUE
Disponível a partir da segunda quinzena de outubro
Caríssimos leitor, é provável que você conheça pelo menos uma pessoa que tenha problemas sérios com álcool e drogas: a adicção. De acordo com o Relatório Mundial Sobre Drogas de 2021, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas, cerca de 275 milhões de pessoas usaram drogas no mundo, enquanto mais de 36 milhões sofreram de transtornos associados ao uso de drogas, números que só aumentaram durante e pós-pandemia de Covid-19. Nesse livro Albergue de girassóis, o poeta Baltazar Gonçalves revela sua passagem pelo inferno da dependência química abrindo seu anonimato para a jornada de reabilitação. Porém, não se trata de linguagem moralizante ou espiritualista nos moldes religiosos, também não é obra de ensinamentos práticos que possam servir de programa de recuperação, esse Albergue de girassóis é feito de linguagem poética, lirismo em busca de conexões com a natureza mais íntima do poeta a nos acordar para a necessidade de vivermos no presente, no Agora, um dia de cada vez.
O Albergue de girassóis não é um lugar estático, está dentro de quem caminha. Nos poemas e na prosa poética no final da obra, os textos buscam autoconhecimento e expressam gratidão àqueles que fizeram a mesma jornada antes e tece acolhimento aos que ainda virão em busca de abrigo. Baltazar Gonçalves estabelece diálogo com as tradições poéticas e propõe algumas rupturas, estabelecendo limiar com o heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro cujo o olhar é nítido como um girassol: “tenho o costume de andar pelas estradas olhando para a direita e para a esquerda, e de vez em quando olhando para trás, e o que vejo a cada momento é aquilo que nunca antes eu tinha visto, e eu sei dar por isso muito bem, sei ter o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras. Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo”.
A imagem do girassol com suas pétalas em círculos voltadas para o sol, fonte da vida, representa também os círculos de partilhas nos grupos de ajuda mutua onde é possível encontrar apoio e novas perspectivas de serenidade. O autor faz de sua criação uma casa de passagem, um Albergue de girassóis para celebração de seus seis anos de sobriedade à quaisquer substancias que alterem percepção e humor. Dado testemunho do seu tempo, e saudando o espírito livre que nos habita, Baltazar Gonçalves nos convida a celebrar a vida como ela é: lindo e trágico salto ornamental para toda sorte de girassol.
Baltazar Gonçalves
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Albergue de Girassóis – Baltazar Gonçalves
16×23
ISBN: 978-65-5361-251-8
128 páginas
R$ 54,70 R$ 38,29
Baltazar Gonçalves nasceu em Franca, interior de São Paulo, às margens do Rio Grande. Formado em História pela Unesp, é professor, fotógrafo e mediador de leituras. Criou a marca “DEPOIS EU CONTA” e mantém blogue e canal no You Tube com esse nome. Publicou os livros “Tecido na papelaria”, Diário dos miseráveis”, e as duas antologias lusófonas “Tanto mar entre nós”. É pai da Ariel e da Júlia, avô da Sophia e do João. Este ALBERGUE DE GIRASSÓIIS é sua quinta obra.