A polarização política dos últimos anos tornou trivial a confusão entre verdade e opinião. Reclamar por Justiça antepõe convicções à resposta, o que agrava a probabilidade de rotulação dos interlocutores em um dos polos do dissenso. É possível indagar, para cada debate aberto, como posicionar-se com equidade?
Um passo atrás, talvez, deva ser dado. Tateiam-se experiências mais imediatas: como as pessoas tomam julgamentos alheios e como elas os respondem. A chave para essas vivências não está no que se compreende, consigo mesmo, mas no que se compreende entre as controvérsias. O campo de investigação se circunscreve. Julgamentos discordam ou concordam entre si. Entre encontros e discussões, nas diversas maneiras de suas ocorrências, estão os nossos objetos de estudo.
A pergunta se amplia. Ao desabilitar o impasse de como se julga, preocupa-se com o que é um julgamento; ou melhor, como reconhecer um julgamento justo. A resposta para essa pergunta tornou-se o objetivo.
Destas demarcações, Faces Públicas do Julgamento avança de modo espontâneo, entre imputações e polêmicas, em busca de responsabilidade e da melhor decisão. Condições para uma denúncia são examinadas e também os impactos mais singelos dela sobre quem a ouve. Opiniões, cancelamentos, fake news, litígios, condenações, indultos, estão no caminho. Distingue-se a discordância, pela qual a resposta de um exige a compreensão da fala contraditada, do dissenso, em que objeções não se importam com o que contrariam. Pergunta-se em que medida alguém se responsabiliza por sua posição.
Em meio a polêmica, travada entre opiniões diferentes sobre o mesmo ato, cabe uma decisão?
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Faces públicas do julgamento – Ribas de Lima
16×23
392 páginas
ISBN: 978-65-5361-256-3
R$ 89,70 R$ 62,79
Ribas de Lima (1984), advogado atuante, empenha-se nos rumos da
regulamentação da opinião. A sociologia resolve políticas públicas, eventualmente
convertidas em leis; tais leis, para os atos concretos e para as respostas a eles,
acarretam vereditos patéticos. Para inibir arbitrariedades, dissuade-se lances do
discernimento. Ribas de Lima contesta a forma de como a ética é apreendida no Direito,
tanto na academia quanto pelas suas subordinações partidárias no âmbito institucional.
Ao confrontar vivências práticas a temas basilares, nosso autor corre por fora, propondo
diferentes modos de questionamentos.