O poeta, com seu olhar melancólico, romântico e impregnado de ceticismo, flertar com a proibição, confronta normas, denuncia o cotidiano e isola-se. Faz da poesia um consolo, um frescor, e revela com seu jogo de palavras e metáforas o seu torturante olhar, que o acompanha. Faz da sua escrita sua única companhia. Afoga-se nela, se deixa enebriar e ludicamente apresenta as mazelas que o cerca e sufoca. O poeta, um pássaro noturno que fez das suas palavras o seu gorjeio, descreve outros, como ele, incompreensíveis. Estes, são corpos negros, deixados a própria sina, solitários e desafortunados que abundam desde as sesmarias. E os poemas desse livro tratam desses corpos e de outros, sujeitos a sinas desconhecidas, angústias, invisibilidades e solidão; e agora… imersos num mundo informatizado e high tech.
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Nas palavras da filósofa e escritora espanhola Maria Zambrano “O poeta jamais toma uma decisão, é verdade. O poeta suporta este viver errante, suporta este viver instante por instante, pendente de um outro que ele nem sequer conhece. Entreve algo na névoa e é fiel até a morte a isto que entrevê, fiel por toda vida”. E os poemas desse livro são fiéis ao olhar que, mergulhado nas brumas, angustia-se com esse mundo repleto de seres atomizados e imersos no desconhecido. Por isso as palavras…
“nas ruas vazias há apenas corpos embriagados
deixados à própria sina
que seguem o próprio cortejo
são pássaros noturnos como eu
que gorjeiam frases incompreensíveis”
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Pássaros Noturnos
Autor: Antonio Carlos Lopes Petean
ISBN 9786553612549
74 páginas
15X21 cm
R$ 44,70 R$ 31,29
Antonio Carlos Lopes Petean, natural de Ribeirão Preto/SP. Reside em Uberlândia/MG, onde exerce o cargo de professor na Universidade Federal de Uberlândia, lotado no Instituto de Ciências Sociais. É licenciado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto, mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo/campus de Ribeirão Preto e doutor em Sociologia pela UNESP/campus de Araraquara. Finalista no prêmio OFF FLIP de literatura 2022, na categoria Poesia, com o poema: “A pedra e o poema” e finalista do prêmio OFF FLIP de literatura 2022, na categoria Crônica, com a crônica: “E por falar em Skate”. E menção Honrosa na categoria crônicas (modalidade nacional) do XVIº concurso literário Mario Quintana, promovido pelo SINTRAJUFE/RS. Participou da antologia de poesias Minha Alma Nua (2020). É autor dos livros: Crônicas de um viajante (2022) e Crônicas de um mundo esquizofrênico (2022), ambos pela editora Kotter.