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(por Leonardo Stoppa)

 

Se o Flamengo perder, os flamenguistas vão ficar tristes. Porém, um torcedor de time rival do Flamengo ficará feliz com a mensagem da derrota.

Este exemplo simples se aplica também à prisão do ex-presidente Lula. O fato de esta ter sido ilegal não interessa aos Flordelis ou ao eleitor do Bolsonaro, porque eles já não gostam do Lula. Quando falamos sobre isso, trabalhamos a comunicação só para a nossa bolha.

A Lava Jato estar sendo desmascarada em suas intenções escusas é uma maravilha, nós sentimos que estamos virando o jogo. Mas o que estamos fazendo para virar o número de votos? Estamos com a faca e o queijo na mão.

Uma forma de fazer isso é subjetiva. Por exemplo, o Bolsonaro tem se posicionado, aos poucos, por uma Petrobras mais social. Neste caso, o que devemos fazer é apenas apontar como essa ideia é boa, sem falar de Lula ou Bolsonaro.

Outra maneira é mostrar o inimigo comum entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro: a operação Lava Jato. Esta sim é a inimiga de toda a sociedade brasileira.

Porém nós não estamos nos comunicando corretamente sobre a operação. Para boa parte do país, não interessa que a Lava Jato prendeu o Lula para barrar o processo político democrático. Por isso, temos que falar sobre como ela quebrou o Brasil e tirou o emprego de várias pessoas.

É explícita a importância de falar sobre como a Lava Jato é uma organização criminosa que manipulou os fatos para prender o ex-presidente. Mas esta não é a única questão importante.

Da mesma forma, se seu filho chega com o boletim escolar e ele passou apenas em matemática, você vai querer saber sobre as outras matérias. As outras disciplinas também são importantes, pois são complementares.

Do mesmo jeito, a comunicação é complementar. Nesse momento é importante manter a esquerda esperançosa, mostrando que nós temos elementos para virar no STF, que estávamos do lado certo e que, sim, eles são os hipócritas contra o ex-presidente Lula. Entretanto não podemos deixar de lado a parte da comunicação que é responsável por diminuir a rejeição ao ex-presidente Lula, diminuir o ódio ao PT e por elevar à rejeição da Lava Jato.

Apesar de a operação ser, provavelmente, a maior organização criminosa da história do Brasil, ela continua tendo um apoio popular tão grande quanto o apoio do Bolsonaro.

Em resumo, temos a Lava Jato como organização criminosa responsável pela crise que estamos vivendo. Porém, a única coisa que sabemos pontuar sobre a operação é que ela prendeu Lula.

Repito, é importante trazer esses elementos, mas em uma conversa para fora da bolha, é mais eficiente falar que a Lava Jato causou o desemprego de muitas pessoas, inclusive de seus apoiadores mais fanáticos.

É de extrema importância diminuir a rejeição do PT e o ódio ao ex-presidente Lula. A fórmula para tal é mostrar a verdade a respeito de quem tirou a reputação do PT e do ex-presidente, que foi a operação Lava Jato.

Se nós fizermos a da operação Lava Jato o maior inimigo do Brasil, a rejeição do ex-presidente Lula e do PT caem naturalmente. Porém não vamos falar com o outro lado, com os bolsonaristas e com os Flordelis afirmando que a operação foi injusta com o Lula, pois para eles toda injustiça contra o ex-presidente é positiva.

Precisamos de inteligência na comunicação.

 

Leonardo Stoppa é analista Político, graduado em Ciências Políticas, Economia, Ciências Contábeis e Pós graduado em Marketing Digital, Jornalismo Político, Engenharia Elétrica. É também Engenheiro Eletrônico (MIET), Engenheiro de Produção, Engenheiro Ambiental e Engenheiro de Segurança do Trabalho (CONFEA 1418043931), Administrador (CRA-MG 01-063714/D), Estuda Bacharelado e Mestrado em Direito.

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