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Desperto inquieto, um bocado assustado, a palavra escrita no papel do sonho está agora

diante de meus olhos, em minha boca, em voz miúda, filha da quimera, “Metalzinhasse”.

Essa é a palavra, filha do sono, navegou até mim.

– O que significa? O que faço?

Não sei o que fazer com ela!

Se costuro ou rasgo, se faço nascer ou basto.

Se embarco, me perco, se fico, permaneço sem rumo.

Um sentimento repentino, noturno, me vem soprado aos ouvidos

– O poeta quer virar do avesso!! Pintar a palavra sobre o tapete da vida.

Andar por aí gritando a sua ausência de significado e etimologias.

Arriscado demais.

– Não identificado!

O objeto ou a canção?

Línguas que desconheço, palavras que entorpeço.

Sem significado, Metalzinhasse!

Lírico caos, ode, transe baque baco…

– Ando impossível, caoscificado em Metalzinhasse.

Nenhum caminho leva a ti?

– Lírico no caos?

– Estranhíssimo!

– Todo poeta é um míssil de palavras beligerantes e novidadistas.

Novidadistas, compreende?

O que faço do meu sonho, do que são feitas as palavras?

– Elas, perfumam ouvidos!

Hoje é domingo pé de cachimbo, acordo de um sonho.

A palavra que me vem é sonho, quimera, delírio?

– Recrio a minha plantação, buquê descorado.

– Descorado?

– Isso mesmo, ela existe, procure lá?

– No dicionário?

– Sim, Descorado!

Minhas serpentinas poderiam voar.

– Metalzinhasse, não tem!

– No dicionário?

– Na vida.

Estranhíssimo não ter, agora tem, está fundada a metalzinhassização?

– O que quer dizer?

– Não sei…peraí!

Enferrujado, mar adentro…

– Acho que encontrei…a Metalzinhasse é a dimensão da unidade de comprimento de um

elemento!

– Compreendeu?

– Não? Não pode ser!

– A cidade tosse e roça os olhos, quando o sol metalizado assanha, diante disso,

Metalzinhasse, só pode ser o sentimento de metalização que se dá no pensamento!

– Acho que é quando alguém lhe diz, – Metalzinhasse, hein camarada?

– Como assim?

– Você entrou numas, virou metal..coisas da imensidão, das brumas, do sonho. Você parou!

Está em outra órbita!

– Hum…

– Estava em um sonho, acordei assustado, metalzinhado!

Alguém escreveu, “Metalzinhasse”, logo depois, parti.

A rua das flores está para o sol e a rua do sol está para as flores.

 

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