Uma cavalgada frenética
Não suba nesta carruagem, se não é das viagens alucinantes. Não há invernada ou posto de descanso para os cavalos. Uma tomada de fôlego nas encruzilhadas e seguimos avante. O final é revelado no início da marcha. Será a Pompéia desintegrada sob o magma incandescente. Ou a metáfora de uma nação em queda! Uma psicologia reversa, que busca desvendar os traumas do psicanalista aos pés do divã, uma nova experiência jungiana, uma história de coronéis e um manifesto anti–pecuniário, a insanidade retórica e o ridículo do palanque eleitoral, ou o inverso disso tudo: o aprendizado de que a política é o braço sangrento da economia!
“Eles levaram nossos dias de sol em nome dos invernos!”
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A ânsia de contar acelera as frases, o trecho é longo e nem mesmo as curvas, frenagem das vírgulas, são respeitadas. Conte-se tudo imediatamente e as palavras se engalfinhem antecipando a história. A análise frenética de tudo e de todos, um novo clarão a desvelar os nomes dos estupradores de uma cidade. Mas os heróis estão ausentes. Porque renunciaram ao heroísmo. E a renúncia tem seu próprio gosto e configura uma virtude. O gosto de se perder!
“O fulano perdeu-se na vida, dizem. E perguntamos, com certa inveja: mas como conseguiu isso?”
Perca-se nestas rememórias, seja o próprio autor no torvelinho, arraste tudo sem pensar em consequências e não volte para ver os estragos. Porque a própria vida se encarrega de chorar, e este mesmo choro encharcará a terra aviltada e tudo voltará ao florescer.
Luiz Francisco Guil
Inverno 2020
ISBN: 978-65-86526-11-0
320 pág.
R$ 99,70 R$ 69,79