Nos textos do livro O abrir do ventre em um mundo prisão, Joana Siqueira oferece “reflexões sinceras sobre entender-se mãe em um mundo do qual pouco se entendia”. O material começou a ser escrito quando Dora, primeira filha da autora, tinha cerca de 1 ano e 6 meses. Mais de 12 meses antes, quando a pequena contava apenas 13 dias, o mundo virou de ponta-cabeça: oficializou-se a pandemia no Brasil. Não é à toa que o conjunto tenha um ar dolorido: a nova vida veio à luz cercada de morte.
“No processo de curadoria dos textos originais para o livro, percebi que muitas das belezas eram frases soltas de exaltação ao momento que eu vivia e à essa nova vida, que mudou completamente a minha própria”, explica Joana no texto de introdução do livro. “Me debrucei, de fato, nas angústias. Pode ser que alguns trechos pareçam mais doloridos do que eu gostaria, mas o fato é que a nossa sociedade já conhece as belezas da maternidade, então não é preciso contá-las. De qualquer forma, os cadernos originais existem e estão guardados para que Dora veja o tanto de páginas seguidas de beleza que ela gerou e o tanto de sentimentos incríveis com os quais me inundou.”
Ainda sobre não bater na tecla gasta das belezas da maternidade, o material de quarta-capa – assinado por Lian Tai – tem algumas palavras a respeito. “Desromantizar a maternidade não é falar apenas da dor ou da dificuldade”, diz. “É sobre nos humanizarmos e nos entendermos muitas e múltiplas, mas dentro de uma estrutura que nos atravessa. É urgente que nós, mulheres e mães, nos narremos. Por isso as palavras de Joana Siqueira são tão importantes: têm seu olhar e vivência próprios. E, para além da beleza e da poesia que ela aponta no cotidiano de uma mãe atenta, têm o convite a um mergulho pelo entrelace de Joana e Dora. A voz de Joana Siqueira é envolvente e única. Ao se somar à polifonia de vozes de cada mãe, torna-se revolucionária.”
–
O abrir do ventre em um mundo prisão, de Joana Siqueira
Capa: Miranda Camacho
14×21
168 págs.
ISBN: 978-65-5361-294-5
R$ 59,70 R$ 41,79
Joana Siqueira: mulher, parceira, filha, irmã, amiga, neta e mãe de Dora e Lia. Encantada pelos números (estatística de formação), apreciadora de desafios (mestre em engenharia), curiosa pelo mundo (pesquisadora) e admiradora do cinema (atuante pro desenvolvimento do setor). Amante de carnaval, circense de brincadeira, pernalta em suspensão, entusiasta das pinturas para ocupar as próprias paredes, curiosa no desenhar de móveis e tantas outras. Apaixonada pelas relações, pelas pessoas, pelas trocas, por destrinchar sentimentos. Apaixonada pelo novo e por viver (comedidamente) sempre em novas versões. E assim surge agora, também, a versão escritora. Instagram: @joana_siqueira