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O que nos moveu a escrever e publicar este trabalho foi o desejo de opinar como militantes que se dedicam há décadas à construção partidária sobre alguns aspectos que nos parecem essenciais e determinantes, e responder a perguntas que fazem parte do debate político e ideológico. Passados 100 anos desde seu aparecimento na constelação de partidos brasileiros, o Partido Comunista tem um lugar político prático, uma missão contemporânea a cumprir? Uma linha revolucionária voltada para a transformação total e profunda da sociedade – o que em nossa opinião pressupõe uma ruptura com a ordem vigente e o advento de uma nova sociedade, a socialista, – é capaz de constituir maioria na sociedade atual? Em suma, a construção permanente do partido comunista é viável ou uma quimera? Ou a época atual é receptiva apenas a partidos de direita, social-democratas e a formações de “esquerda” que veem a luta por mudanças a partir de nichos em que se fragmentam as lutas sociais? Buscamos responder a estes questionamentos a partir das lições da história centenária do partido. Neste labor reforçamos a convicção de que o Partido Comunista tem um papel singular no desenvolvimento político do país.
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O PCdoB se insurgiu contra a Declaração de Março de 1958 e resgatou a antiga sigla. O fato é que o PCdoB superou as provas da sua história e se manteve firme, sem se deixar seduzir pelo discurso eurocomunista, nos anos 1970, e liquidacionista na época do fim da União Soviética. Basta observar que o maior partido comunista ocidental, o italiano, simplesmente desapareceu.
O PCdoB enfrentou a ditadura e se inseriu ativamente no quadro nacional, participou de governos de todos os níveis, tem importância na arena sindical, popular e estudantil e, embora reduzido no início, ultrapassou todos os outros agrupamentos que se denominam marxistas ou comunistas em número de filiados e influência na sociedade brasileira.
Ao celebrar seu centenário, o PCdoB enfrenta novos desafios em meio a um quadro político complexo.
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Comunistas no Brasil – Um partido centenário para um novo tempo – José Reinaldo Carvalho & Wevergton Brito Lima
Formato: 16X23cm
ISBN: 978-65-5361-114-6
136 páginas
R$ 49,70 R$ 24,85
José Reinaldo Carvalho é jornalista, pós-graduado em Política e Relações Internacionais, autor de livros sobre política internacional com enfoque marxista-leninista. É membro do Comitê Central e da Comissão Política Nacional do PCdoB, no qual milita desde 1972, e secretário-geral do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz. Foi vice-presidente do partido entre 2001 e 2005 e Secretário de Relações Internacionais. Representou o partido junto ao Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários e ao Fórum de São Paulo. É editor internacional do Brasil 247 e da TV 247 e membro efetivo do Conselho Deliberativo da ABI – Associação Brasileira de Imprensa.
Wevergton Brito Lima é jornalista. Militante do PCB de 1986 até 1991, quando se filiou ao PCdoB, partido no qual atua há mais de 30 anos. Foi editor do Jornal do CREA-RJ e do Argumento, jornal do Conselho Regional de Psicologia – 5ª Região. No PCdoB, desempenhou funções de direção no Comitê Regional do Rio de Janeiro, principalmente como responsável pela Secretaria de Agitação e Propaganda (hoje, Secretaria de Comunicação). Integrou a Comissão Nacional de Agit/Prop (Comunicação), foi co-editor do Portal Vermelho e desde 2016 é membro da Comissão de Relações Internacionais. Nesta tarefa, representou o Partido em eventos multilaterais, como reuniões dos Grupos de Trabalho do Foro de São Paulo, do Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários (EIPCO), entre diversas outras atividades. No 23° Foro de São Paulo (2017) em Manágua e no 24° Foro de São Paulo (2018) em Havana, foi o representante do Brasil na Comissão de Redação da Declaração Final. Ativista do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), atualmente é vice-presidente da entidade.