Este ensaio tem como seu maior objetivo tentar abordar, através de um voo panorâmico sobre toda a obra de Tarso de Melo, as zonas de força de sua cosmovisão poética. Esta obra foi produzida em quase vinte anos de caminhada, mais especificamente entre a publicação de seu primeiro livro, A lapso, de 1999, e o último, o seu oitavo, Dois mil e quatrocentos quilômetros, aqui, de 2018.
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Assim, buscaremos enfocar em detalhes o que chamamos de perspectiva ontológica, por um lado, e de abordagem social, por outro. Embora, como apreciaremos através de certos poemas, estas duas instâncias da cosmovisão tarsiana possam se casar, na maior parte das vezes aparecem como algo distinto. Neste sentido, o poeta ou traz mais para a poesia a questão filosófica acerca do ser e da sua existência contingente, relacionando-o com o nada, com o vazio, etc., ou, por outro lado, se mostra o intérprete da sociedade, dando uma tonalidade de cunho sócio-histórico-político à forma de se exprimir. Importante é considerar que além desta cosmovisão, buscaremos abordar aspectos relacionados também à própria estrutura dos poemas, que nos possibilitam igualmente apreender e aprender o que saber sobre eles.
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Veremos assim, que neste trabalho sobre uma poesia que caminha com constâncias e inconstâncias, com passos seguros e errâncias, com determinantes e variações, a crítica pode postular hipóteses sofisticadas sobre algo que por sua própria natureza é muito sofisticado: a elevada e densa poesia. E já de antemão, sem receios ou medo de apriorismos, consideramos a poesia de Tarso de Melo como tal.
(Fragmentos da “Introdução” do livro).
Conselho editorial da Kotter
Outono 2021
ISBN: 978-65-86526-94-3
152 pág.
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Tarso de Melo: entre a perspectiva ontológica e a abordagem social
Em Tarso de Melo: entre a perspectiva ontológica e a abordagem social, podemos apreender, através da exegese e da argumentação teórica de Henrique Duarte Neto, como se descortina toda a poesia do poeta paulista Tarso de Melo, um dos mais relevantes autores de sua geração, cuja obra vem ganhando destaque nos últimos anos junto à crítica e aos leitores mais assíduos da poesia nacional. Dividido em oito breves capítulos, sobre cada um de seus oito livros de poemas, o autor oferece a oportunidade de o leitor obter uma visão global e panorâmica de toda a poesia do poeta radicado em São Bernardo do Campo. Leve-se em conta também que à erudição vem se somar a sensibilidade de um crítico-poeta e temos a materialização de um livro que cumpre o seu papel duplamente: traduzir as ideias, imagens e figuras da poesia tarsiana; remeter o leitor à busca e ao encontro com o seu objeto, ou seja, à poesia de Tarso de Melo.
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Henrique Duarte Neto
Henrique Duarte Neto é catarinense, 48 anos, funcionário público, professor, crítico literário e poeta. Teve diversos livros publicados, entre eles: Claudio Willer: o universo onírico e surrealista em terras brasileiras (São Paulo: Córrego, 2018) e Provocações 26 (Curitiba: Kotter, 2019). É um amante das artes, em especial da poesia, da música e do cinema. Seu escopo de pesquisa hoje é a poesia contemporânea, ou seja, aspectos da produção poética dos últimos 50 anos no nosso país.
E-mail para contato: henriqueduarteneto@yahoo.com.br