Quando conheci Fernando Marcelino, seus amigos mais próximos o chamavam “Zen”. Nada mais apropriado. Neste livro, Fernando busca uma ancestralidade familiar, os passos de seu avô, Walmor Marcelino, importante poeta e militante comunista de Curitiba, e uma ancestralidade mí(s)tica, de orientes que se avizinham. Um oriente de outrora, do Qi Gong, exercícios físicos chineses de controle do qi, e um oriente de agora, farol para a luta anti-imperialista do nosso tempo.
“93 Haikais” medita sobre forma poética, amor, filosofia, vida e política, em uma linguagem imagética que remete aos ideogramas. O socialismo de vias chinesas de Mao Zedong conjugara marxismo e confucionismo e o olhar de Zen aplica sensivelmente essa síntese para o nosso Brasil aquebrantado, mas sem cair em pessimismos, com um programa estético-político.
As ilustrações que fiz para esse livro partiram da inspiração do grande artista da revolução chinesa e da China moderna, Qi Baishi, que debatia com representações intermediárias entre o figurativo e o abstrato a partir de pinturas de animais. Usando aguadas de nanquim, traduzi essas várias sínteses, “esgrimando com versos esparsos” o qi dos poemas.
Yuri Campagnaro
Outono de 2021
128 páginas
ISBN: 978-65-89624-83-7
R$ 49,70 R$ 34,79
Fernando Marcelino
Nasceu em Curitiba em 1987. Graduado em Relações Internacionais, Mestre em Ciência Política e Doutor em Ciências Sociais pela UFPR. Genealogista das famílias dominantes paranaenses. Sinólogo. Shiatsuterapeuta e praticante de Qi Gong. Escreve livros, artigos, traduções, letras musicais e roteiros. Publicou o opúsculo de poesia “Desencontros e seus golpes” em 2016. Baixista do grupo “Samba da Resistência”. Participa do coletivo Mimesis Conexões Artísticas em Curitiba.
4ª capa:
93 Haikais de Fernando Marcelino apresenta por meio dos pequenos poemas orientais diversas questões existenciais, políticas e culturais. A proposta traz um universo em cada haikai, versos simples e soltos, expressão de diferentes estados de espírito e formas particulares de sentir e enxergar o mundo. Rememora a tradição daqueles que também escreveram em haikais no Brasil, como Afrânio Peixoto, Paulo Leminski, Camila Jabur, Millôr Fernandes, Alice Ruiz, Manoel de Barros, Mario Quintana e tantos outros. Muitas surpresas nestes 93 Haikais.