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“Nacos” é um passeio sobre o nosso cotidiano.
As crônicas, originalmente esboçadas nas redes sociais, tocam um pouco de cada nota. Podem se aproximar da filosofia, roçar nossas tristezas cotidianas, questionar as profundezas da existência e até ridicularizar a estupidez tão franca de nossa espécie.
Com uma leveza incomum, o autor faz de cada palavra um espinho: cutuca, incomoda, inflama… e cura. Impossível você sair desse livro do mesmo jeito que entrou. Não são apenas apanhados de crônicas: é uma travessia.
Não se estarreça. Siga esses retalhos. Deixe-os fazer um belo mosaico em sua cabeça.
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Eu decidi reunir as bobagens que escrevo nas redes e montar um livreco. Quero dedicá-las à minha filha e ao meu filho. As qualidades podem ser questionáveis, como são as minhas. O livro será meu, então não é para se esperar nada de grandioso. Não mudará minha vida, nem a de quem ler. Espero algo medíocre. Uma pena. Gostaria de deixar coisa melhor.
Um mundo mais decente já seria um bom início. Mas qual será meu legado? Um planeta destruído pelo consumo obsessivo, uma desigualdade socioeconômica enxadrística, guerras injustas (sim, há guerras justas), ódio racial e religioso, ganância atabalhoada, gases estufa e individualismo. Não vou me estender muito, pois posso colapsar antes de concluir a escrita.
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Nacos / Eduardo Leite.
16X23 cm
1 ed. – Curitiba : Kotter Editorial, 2024.
184 p.
ISBN 978-65-5361-288-4
R$ 69,70 R$ 48,79
A frase-chave de foco deste texto, “Reflexões Sobre o Legado e o Futuro: Uma Perspectiva Pessoal”, encapsula a essência de uma jornada introspectiva. Afinal, ao reunir pensamentos dispersos das redes sociais em um livro dedicado aos filhos, o autor mergulha em uma autoavaliação sincera. A expectativa é de mediocridade, uma aceitação de suas próprias limitações e das qualidades questionáveis que permeiam sua obra. No entanto, por trás dessa modéstia, esconde-se uma profunda reflexão sobre o legado e o impacto das ações humanas no mundo.
Certamente, a herança que deixamos para as próximas gerações é um tema recorrente nessa introspecção. O autor pinta um quadro sombrio do mundo atual, marcado pelo consumo desenfreado, desigualdades gritantes, conflitos e uma crise ambiental sem precedentes. Nem mesmo o Acordo de Paris escapa à crítica; é visto como um projeto falho, incapaz de unir a humanidade em prol de um objetivo comum.
De forma idêntica, o autor compartilha observações pessoais sobre a evolução do consumismo e da tecnologia. A lembrança de um tempo em que as decisões de compra eram ponderadas contrasta fortemente com a impulsividade do consumismo moderno. Exemplifica isso ao mencionar a durabilidade de aparelhos antigos em comparação com a obsolescência programada dos dispositivos atuais, ilustrando a perda de valores e a transformação da natureza humana sob o capitalismo.
Apesar do tom geralmente pessimista, o texto não é desprovido de esperança. O autor reconhece pontos de resistência, embora os veja como simbólicos e insuficientes para mudar o curso das coisas. No entanto, a resistência é uma parte intrínseca de sua vida, uma faísca de esperança de que, talvez, as futuras gerações possam encontrar um novo caminho, longe dos erros do passado.
Em resumo, esta reflexão é um convite para repensar nosso legado e considerar o impacto de nossas ações no mundo. O autor deseja que seus filhos e, por extensão, todos nós, busquemos alternativas ao modelo de vida insustentável que herdamos. Em vista de tudo isso, o texto não é apenas um lamento; é um chamado à ação, uma súplica para que façamos diferente, enquanto ainda há tempo.
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“Reflexões Sobre o Legado e o Futuro: Uma Perspectiva Pessoal” destaca a importância de repensarmos o impacto de nossas ações e o legado que deixaremos.
Reflexões Sobre o Legado e o Futuro: Uma Perspectiva Pessoal.
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Eduardo Leite nasceu em 1976, no interior de São Paulo.
Em 2019, teve sua primeira publicação, o romance A Anatomia das Borboletas. Dois anos depois, veio o livro de contos Um Guia Para a Escuridão.
Anestesista e pós-graduando em Psicologia Analítica, segue escrevendo entre os espaços concedidos pelas seringas, leituras e agulhas.