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Terêncio é uma das vozes mais injustiçadas da literatura antiga. De trajetória meteórica, morre jovem com seis comédias de sucesso variável no palco romano do século II a.C. Viveu à sombra do espalhafatoso Plauto, provável vida passada de Molière e Charles Chaplin. Morreu possivelmente amargurado com o esgotamento da comédia de roupa grega no palco romano. Morreu junto com a comédia. O gosto popular mudava e ia preferir a pantomima e outros tipos de burlescaria. Mas Terêncio resistiu e produziu comédias que levaram seu nome a figurar como autor mais importante depois de Virgílio para os romanos de depois. Nem sempre a gente ganha a fama que merece enquanto vivo, e o Terêncio que se publica aqui é uma prova rediviva. O Eunuco é sua peça mais ágil, divertida, escandalosa, e, para nós hoje, no mínimo polêmica pelo seu tratamento do estupro da virgem Pânfila. Seu timing cômico está mais que afiado, e a tradução de Matheus de Souza pra nos trazer um Terêncio para hoje, poesia antiga para o palco tornada poesia brasileira, com a dicção que esse ex-escravo cartaginês merece. Se esperamos desde o século XVIII para voltarmos a ter traduções poéticas de Terêncio em português, eu me sinto mais que bem acompanhado por essa tradução espetacular, que certamente abre caminhos.
Rodrigo Tadeu Gonçalves – UFPR
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Um jovem e um soldado presenteiam uma prostituta com um eunuco e uma virgem. Mas o irmão desse jovem, apaixonado pela virgem, se fantasia de eunuco e se aproveita da confusão para estuprar a moça.
Sucesso estrondoso em seu tempo (século II a.C.) e objeto de riso e inquietação para o leitor de hoje, O Eunuco é uma das grandes comédias do teatro romano. Seu autor, Terêncio, influenciou gerações de escritores ao longo de séculos com seu humor requintado e com seu trabalho inteligente a partir de modelos gregos.
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Eunuco – Terêncio
(trad. Matheus de Souza Almeida Oliveira)
PRÉ-VENDA
180 Páginas
16X23 cm
ISBN 9786553611030
R$ 59,70 R$ 41,79
Públio Terêncio Afro,(Publius Terentius Afer) (Cartago, ca. 195 a.C.-185 a.C. – Lago Estínfalo, ca. 159 a.C.). Foi escravo do senador Terêncio Lucano, o qual lhe deu certa educação e, depois o libertou. Foi um grande dramaturgo e poeta romano, autor de pelo menos seis comédias: Eunuchus (O Eunuco), Phormio (Formião), Andria (A moça de Andros), Hecyra (A Sogra), Heauton Timorumenos (O Punidor de Si Mesmo) e Adelphoe (Os Adelfos ou Os Dois Irmãos). Muitas obras de sua autoria foram vinculadas erroneamente ao seu amigo de Cipião. Além disso, na época, suas peças foram ofuscadas pelas farsas de Plauto, mas foi muito apreciado na Idade Média e na Renascença, recebendo inúmeras traduções e imitadores.
Matheus de Souza é formado em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e mestrando em Estudos Literários pela mesma instituição. Atua como crítico literário no blog Formas Fixas e como professor de latim na página Aurea Mediocritas.