A “existência no desemprego” é uma jornada paradoxal onde liberdade e perdição se entrelaçam, como apresenta Antonio Uchoa Neto em seu estudo crítico Fenomenologia do Desempregado. Desde o nascimento, o homem enfrenta o desafio do desemprego, não sendo menos humano quando desempregado, apesar das duras condições que isso implica.
O trabalho é frequentemente citado como um elemento que dignifica o homem, mas o que dizer do desemprego? Uchoa Neto convida o leitor a explorar um dia na vida de um desempregado, mesclando o corriqueiro com o extraordinário. Através de pensamentos íntimos e desilusões, o autor revela como o desemprego, longe de ser uma simples ausência de trabalho, é um prisma através do qual a realidade e sonhos são distorcidos.
O salário, descrito por Uchoa Neto, é uma forma de escravidão moderna. Em Fenomenologia do Desempregado, ele descreve a condição do herói como uma de pura existência: separado da sociedade, vivendo num limbo onde nem a dignidade nem a escravidão têm lugar. Esta é uma vida marcada pelo “Nada”, uma clara indicação de que desemprego e existência são conceitos profundamente interligados.
Embora provisório, o mundo do desemprego é complexo. Uchoa Neto argumenta que o desemprego, uma condição aparentemente estática, é, na verdade, um estado de constante movimento e esperança. O ato de procurar emprego é em si um ato de manutenção da vida. O desemprego é retratado não como um vazio definitivo, mas como um período de transição que reflete as inconstâncias da vida moderna.
Antonio Uchoa Neto, através de Fenomenologia do Desempregado, oferece uma perspectiva única e filosófica sobre a condição do desemprego. Ele desafia o leitor a reconsiderar as noções convencionais de trabalho, liberdade e existência, provocando uma reflexão profunda sobre a realidade social e pessoal que o desemprego encerra.
–
Fenomenologia do desempregado, de Antonio Uchoa Neto
Páginas: 120
Formato: 16×23
ISBN: 978-65-5361-242-6
R$ 49,70 R$ 34,79
Disponível por encomenda
Antonio Uchoa Neto, hoje residindo na Bahia, mas nascido em Recife (PE), em um 14 de março, junto com Castro Alves e Glauber Rocha, e na despedida deste mundo de Karl Marx; o que bem serve de resumo para suas aptidões, convergências e universo mental. Burocrata da iniciativa privada durante a maior parte de sua vida, e viajante contumaz da imaginação desenfreada. Passageiro sentado à janela, e sempre olhando para o outro lado. Ex-escritor de vinte anos, hoje maduro e desencantado. E que isso seja o bastante.