O poeta americano INDRAN AMIRTHANAYAGAM (descendente de pais do Srilanka, antigo Ceilão para os portugueses), criou-se num ambiente de poesia jorrante por todos os lados. Do seu pai, além da influência, vieram as amizades com os grandes próceres da Beat Generation, como Allan Ginsberg e outros mais.
Seu amor pela poesia já veio do próprio DNA, da convivência cotidiana com as múltiplas leituras de autores fundantes da literatura universal e da constante interação com as grandes vozes poéticas americanas da segunda metade do Século XX.
Em virtude dessa experiência singular com poetas de várias línguas e países, INDRAN foi cultivando sua sensibilidade para a escrita também em outros idiomas. Assim, a Língua Portuguesa entrou em sua vida para não mais sair.
Agora, em seu primeiro livro, Música Subterrânea, escrito diretamente na língua de Camões, ele constrói uma “arquitetura de metáforas” com o fito de alcançar o leitor de português em seu próprio território linguístico. E consegue. Com uma sintaxe ao rés da fala e das questões existenciais do agora, sua voz dialoga com o tempo presente que, em sua dança de conflitos, nos envolve a todos. Com certeza, suas palavras poéticas produzirão um elo afetivo ainda mais forte entre os nossos povos.
Salgado Maranhão
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Título: Música Subterrânea
Autor: Indran Amirthanayagam
Curitiba: Kotter Editorial, 2024.
16X23 cm
108 p. : il.
ISBN 978-65-5361-304-1
R$ 54,70 R$ 38,29
Indran Amirthanayagam, o poeta poliglota, certamente, viveu entre versos e influências literárias. Com raízes no Sri Lanka, ele absorveu a essência poética desde a infância, enriquecida por laços com ícones da Beat Generation, como Allan Ginsberg. Nesse contexto, o amor pela poesia se entrelaçou com seu ser, emergindo naturalmente de seu DNA literário.
Seu legado não se limita a heranças; Indran se imergiu na literatura universal, dialogando com as vozes poéticas americanas do século XX. A interação com múltiplas línguas, por sua vez, o conduziu ao português, uma língua que escolheu para expressar suas nuances poéticas em “Música Subterrânea”.
Neste livro, sua “arquitetura de metáforas” ressoa com leitores lusófonos, criando uma conexão profunda e cultural. Seus versos, ancorados na realidade contemporânea, refletem questões existenciais que, inevitavelmente, nos tocam. Dessa forma, sua poesia torna-se uma ponte afetiva entre culturas distintas.
Como poeta e cidadão do mundo, Indran desafiou os constrangimentos de sua existência em um império conturbado. A poesia, para ele, é um refúgio, um meio de curar as feridas infligidas por um mundo em conflito. Suas palavras nos lembram que, em meio ao caos, há sempre espaço para a esperança e renovação que cada novo poema traz.
Apesar de suas viagens e experiências globais, as imagens de sua ilha natal e os ecos da guerra civil permanecem vivos em sua memória e obra. Essa dualidade se reflete em seu amor pelo Brasil, um país que ele abraçou através da literatura e amizades que transcenderam barreiras linguísticas e culturais.
Indran transcendeu fronteiras literárias e culturais, tornando-se um embaixador da poesia. Suas experiências moldaram uma obra que dialoga com questões globais e pessoais, oferecendo um passaporte poético para um mundo sem fronteiras.