Disponível a partir da segunda quinzena de janeiro
A peça O Carro Azul, de José Manoel Ferreira Gonçalves, emerge como uma obra singular, mergulhada em reflexões profundas sobre crises simultâneas: a luta pessoal de José contra a Covid-19 e a batalha do Brasil contra o fascismo. É importante perceber que, desde o início, o protagonista José, ainda convalescente da Covid-19, é mandado para casa precocemente, revelando as falhas de um sistema de saúde sobrecarregado.
Certamente, a narrativa se aprofunda ao explorar a infância de José, uma época marcada pela Ditadura Militar no Brasil. Tanto quanto as memórias afetuosas de sua família, são evocadas as imagens traumáticas daquele período, como o menino pobre eletrocutado e as violentas repressões a manifestações estudantis. Essas reminiscências, entrelaçadas de nostalgia e horror, atuam como um espelho que reflete as inquietações atuais do país.
Além disso, José se depara com a realidade contemporânea do Brasil, uma nação assolada pela ascensão do fascismo. De fato, o texto ilustra como a justiça, a cultura, a educação e outros pilares da sociedade são corroídos por essa ideologia extremista. Por exemplo, a economia e os direitos humanos são apresentados como vítimas dessa erosão política e social, deixando um rastro de destruição que beneficia apenas uma minoria elitista.
Por outro lado, a obra também questiona o papel do indivíduo frente a esses desafios. José se pergunta sobre sua própria cumplicidade e resistência diante dessas forças opressoras. Nesse caso, o leitor é convidado a refletir sobre sua participação no cenário político e social atual, tornando-se um espectador ativo da trama.
Em resumo, O Carro Azul não é apenas uma peça teatral, mas um espelho que reflete as complexidades e os desafios enfrentados pela sociedade brasileira. A obra de José Manoel Ferreira Gonçalves é um convite à reflexão sobre a história, a política e o papel do indivíduo no curso dos eventos.
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O carro azul – José Manoel Ferreira Gonçalves
16×23
ISBN: 978-65-5361-196-2
56 páginas
R$ 44,70 R$ 31,29
Disponível por encomenda
José Manoel Ferreira Gonçalves tem formação ampla, é engenheiro civil, advogado e jornalista. Doutor em Engenharia de Produção, pela Universidade Metodista de Piracicaba (Piracicaba – SP), com o tema Cenários do transporte de cargas para o Porto de Santos com redução das emissões de gases de efeito estufa. E mestrado em Engenharia Mecânica (2003), pela Universidade Federal de Itajubá (MG), com o tema Tema: Modelagem da Qualidade do Ar: Revisão de Modelos e Proposta para a consideração do Efeito da Movimentação de Fontes Móveis. É também especialista em seis áreas diferentes. Sua consciência sobre o importante papel das políticas de transporte público para a redução dos impactos ambientais e para a melhoria de vida das sociedades o colocou na luta pela retomada das ferrovias. Assim, ele criou e preside a Ferrofrente – Frente Nacional pela Retomada das Ferrovias. Sendo uma das atividades a qual se dedica com grande entusiasmo. Também é professor, autor de livros, palestrante e ativista da causa ambiental. José Manoel teve atuação no mundo corporativo, na direção de empresas da área de construção civil e de comunicação. Em paralelo, construiu uma trajetória no associativismo e no meio sindical. Foi conselheiro do Crea-SP, diretor do Sindicato da Habitação, vice-presidente da Federação das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Guarujá. É diretor da CNTU – Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados. Concorreu à presidência do Crea-SP com uma proposta calcada nos valores democráticos e nas causas socioambientais. Foi o candidato mais votado nas últimas eleições do Crea-SP entre os que legalmente poderiam concorrer. Atualmente é Coordenador geral da recém criada Associação Guarujá Viva-AGUAVIVA.