Caminho das Aves, escrito por Danilo da Costa-Cobra Leite, oferece uma experiência única e inovadora na literatura contemporânea, mesclando poesia, narrativa visual e reflexão filosófica. O livro aborda:
Diferente da poesia tradicional, Caminho das Aves é um projeto poético que tenta produz uma literatura com ruídos e, nesse sentido, é feita de um modo não-espontáneo e anti-musical, como uma ave que conhece seu caminho mas já não o pode trilhar. É ainda uma experimentação absorvendo gêneros de escrita não-literários (formulário, palavra-cruzada, gibi) o que também desafia o leitor a compreender o papel da poesia na sociedade contemporânea, está reduzida às letras ou ela tem a ver com a vida? Nesse ponto as ilustrações de Sandro Saraiva são contraponto e diálogo que expandem os significados.
O livro é perpassado por referências eduditas e da cultura pop para levar o leitor a refletir sobre o “trancamento do sujeito”, um tema central em Caminho das Aves. A seção final comenta e satiriza de forma ácida e cínica The Birds de Alfred Hitchcock. São todas maneiras reiteradas maneiras de alegorizar o voo impossível. Ou, como diz Letícia Stasis em sua orelha, ”Voar tal uma pedra voa, um caco, um granizo, um punhado de poeira.”
Em sua última e mais significativa reflexão, o livro de Danilo da Costa-Cobra Leite conecta a interdependência dos seres com uma crítica ao capitalismo moderno. A obra sugere que, assim como os pássaros que não conseguem mais voar, a humanidade também está presa em um enredo anunciado de fracasso, condicionado à expectativa de produção infinita a partir de recursos finitos, numa cultura que depende do consumismo e do desperdício, sem que aos imolados lhes aproveite sequer a pólvora e as cápsulas das balas, retiradas a muito custo do seio da terra.
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Disponível por encomenda
Danilo da Costa-Cobra Leite nasceu na porção Ocidental da Cidade de São Paulo do Rio Tamanduateí, é advogado, sociólogo e doutor em Letras Clássicas, lançou pela Kotter Nhe’enga a more quixotesco (2020), ademais dos famigerados Paralithomaquia e outros poemas (Patuá, 2015), Epyka, 24 horas-haiku (Ed. Mentes Abertas, 2021 e 2022) e Nenhuma chuva em vão: quebra-cabeça (Ed. Caravana, 2021). É o pai do Ernesto Piatã.