Disco Dublê – Mauricio Salles Vasconcelos

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Disco Dublê, de Mauricio Salles Vasconcelos

“Quando o filósofo Gilles Deleuze empreendeu sua análise do cinema moderno, ele reconheceu, nos filmes dessa categoria, novos modos de lidar com o tempo. Nesse cenário, os protagonistas também tiveram seu papel reformulado. De senhores de seu próprio destino, passaram a perambular por situações nas quais não há nada a ser resolvido, apenas experienciado. Da mesma forma, o protagonista de Disco Dublê, o DJ Vazante, perambula por cenários, acontecimentos e eventos em que o melhor a se fazer é flanar, como propunha Walter Benjamin. No exílio proporcionado pelos seus inseparáveis fones de ouvido, capuz e óculos escuros, DJ Vazante sobrepõe aos cenários de diversas metrópoles a trilha sonora de sua vida, permeada ora pelo que ele ouve nos fones, ora pelo que sua memória puxa de momentos diversos de sua longa carreira discotecando por festivais ao redor do mundo.

Em Disco Dublê, muito mais do que uma experiência auditiva e cultural, a música pop se apresenta como um fenômeno multissensorial e onipresente. Ao longo do romance, vai se transformando de um objeto passivo na narrativa para um agente que condiciona as situações em que DJ Vazante acaba por se envolver. Arrisco dizer que se trata de uma co-protagonista que faz a trama circular e expandir, como um ritmo eletrônico em loop.

Nessa mistura exuberante de referências conceituais e artísticas é que Mauricio Salles Vasconcelos parece querer inserir o leitor nos encontros e desencontros da intensa vida de um DJ. Multissensorialidades de um romance-música.”

— Marcelo B. Conter

Inverno de 2018

ISBN: 978-85-68462-70-6

240 pág.

R$ 74,70 R$ 52,29

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Mauricio Salles Vasconcelos

 

Nasceu no Rio de Janeiro. Desde 2005, vive em São Paulo, onde atua
no campo da Literatura Comparada. É autor dos livros de poesia Lembrança arranhada (1980); Tesouro transparente (1985); Sonos curtos (1992); Ocidentes dum sentimental (1998, uma recriação de “O sentimento dum ocidental”, de Cesário Verde), Caderneta-Maquete (2016) e Ar Livre (2017). Sua tradução de My Life, de Lyn Hejinian, foi editada em 2014. Escreveu os ensaios Rimbaud da América e outras iluminações (2000); Espiral Terra – Poéticas contemporâneas de língua portuguesa (2013); Exterior. Noite – Filosofia/Literatura (2015) e Jean-Luc Godard – História(s) da Literatura (2015). Romancista e autor de narrativas breves, publicou O nascimento do sexo (2017); Meu Rádio (Coletivo Animal), em 2016; Telenovela (2014); Moça em blazer xadrez (2013), Ela não fuma mais maconha (2011) e Stereo (2002). Realizou vídeos sobre Blanchot, Guy Debord e o angolano Ruy Duarte de Carvalho. Peças teatrais e performances de sua autoria, como por exemplo Estação Rimbaud; Iê Iê Iê Radical; Ozu; Linguagens Espraiadas – Afropoética Presente (em parceria com o músico Tiganá Santana); Sim, sim, telefone não (desentranhado do Ulysses, de James Joyce); Call Center; Sutra Parque Girassol; Giz Schwitters e Ato Ambulante vêm sendo encenadas desde os anos 1980.