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A jornada filosófica rumo ao entendimento do infinito é fascinante e multifacetada. No cerne desta discussão, encontramos a interação dinâmica entre o conhecimento e a experiência religiosa. Historicamente, a noção de infinito foi moldada tanto por questões intelectuais quanto por insights religiosos. Na Grécia Antiga, por exemplo, prevalecia uma visão negativa do infinito, vista como uma potencialidade ilimitada. Contudo, a fusão da filosofia grega com a tradição judaico-cristã trouxe uma nova percepção, associando o infinito à perfeição divina.
Aristóteles e outros filósofos gregos viam o infinito mais como uma ideia abstrata do que uma realidade concreta. Em contrapartida, a tradição judaico-cristã introduziu a ideia de um Deus infinito e perfeito. Essa mudança de perspectiva não só redefiniu a compreensão do infinito mas também influenciou profundamente áreas como epistemologia, física, cosmologia e matemática. Assim, a noção de infinito tornou-se um elo vital entre diversas disciplinas, criando um campo fértil para debates e descobertas.
Avançando no tempo, o século XVII trouxe filósofos racionalistas como Descartes, Espinosa e Leibniz, que questionaram e expandiram a noção teológica de infinito. Sua abordagem mais analítica pavimentou o caminho para uma compreensão mais aprofundada e matemática do conceito. Essa evolução do pensamento teve um impacto significativo nos filósofos clássicos alemães, como Fichte, Schelling e Hegel, que exploraram a transição do finito para o infinito, oferecendo novas perspectivas e soluções.
“Deus e Natureza: A questão filosófica do Infinito” é uma obra que nos convida a explorar essas complexas interações. Ela oferece um panorama rico e detalhado da evolução do conceito de infinito, traçando suas raízes desde a antiguidade até os pensadores modernos. Essa análise profunda não só ilumina as conexões entre filosofia, religião e matemática, mas também realça o papel central do infinito na busca humana pelo conhecimento e compreensão do universo.
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Deus e natureza: o infinito na filosofia
Organização: Márcia Gonçalves (UERJ)
Formato: 16X23
200 páginas
ISBN: 978-65-5361-268-6
R$ 79,70 R$ 55,79
A frase-chave de foco: A evolução do conceito de infinito na filosofia e seu impacto nas áreas de conhecimento. Desde os tempos antigos, o conceito de infinito tem sido um tema central na filosofia, gerando debates e transformações significativas ao longo dos séculos. Esta evolução inicia com a percepção grega do infinito como uma qualidade potencialmente negativa, até sua reconcepção nas tradições judaico-cristãs, onde assume uma forma mais positiva e perfeita. Este conceito desafia as fronteiras do conhecimento humano, desde a epistemologia até a matemática, tecendo uma rica tapeçaria de ideias e interpretações.
A perspectiva clássica grega via o infinito como uma ameaça à ordem e compreensão do universo, uma ideia que Aristóteles cristalizou como ‘infinito em potência’. Contudo, a interação com o pensamento judaico-cristão introduziu uma nova dimensão: o infinito em ato, associado à onipotência divina e à perfeição.
De fato, esta transição de uma visão predominantemente negativa para uma positiva do infinito marca um ponto crucial na história da filosofia. A ideia do infinito, alimentada por noções religiosas, trouxe consigo desafios metafísicos e teológicos únicos, influenciando profundamente o pensamento filosófico sobre a natureza humana e o universo.
Por outro lado, os filósofos racionalistas do século XVII, como Descartes, Espinosa e Leibniz, redefiniram o conceito de infinito, buscando uma compreensão mais aprofundada e interna. Esta abordagem influenciou diretamente os pensadores clássicos alemães e mudou a maneira como a matemática moderna compreende a infinitude.
Em conclusão, a obra “Deus e Natureza: A questão filosófica do Infinito” oferece uma exploração profunda deste conceito complexo e sua influência em várias esferas do pensamento humano. Este livro não só ilumina o desenvolvimento histórico do infinito na filosofia, mas também realça sua relevância contínua em nossas tentativas de entender o universo e nossa própria existência.
Márcia Gonçalves (UERJ)
Marcos André Gleizer (UERJ/CNPq)
Edgar Marques (UERJ/CNPq)
Yady Oren (Potsdam Universität)
Christoph Asmuth (Augustana-Hochschule Neuendettelsau)
Christoph Binkelmann (Bayerische Akademie der Wissenschaften)
Márcia Gonçalves (UERJ)
Anne Becker (Humboldt-Universität zu Berlin)
Fábio Mascarenhas Nolasco (UnB)
Andreas Arndt ( Humboldt-Universität zu Berlin)