Leitoras e leitores, se preparem para conhecer Ietitoth I, o Grande, um fanfarroníssimo anti-herói no melhor estilo machadiano e, por que não?, sterneano. Suas aventuras, agruras e peripécias se desenvolvem por uma bela narrativa experimental que apresenta diversos elementos bastante inusitados. A começar pelo tom desse narrador, entre irônico, debochado e erudito. Em vários momentos podemos notar elementos do que se convencionou chamar de “romance híbrido”, segundo Eduardo Lourenço, ou seja, gêneros que se sobrepõem a outros; no caso do volume que o leitor e a leitora têm em mãos, novela de cavalaria, ficção histórica (Histórica?), crônica de viagem. Notável o uso da metalinguagem durante toda a narrativa (ou narrativas?), pois a fragmentação da linguagem é essencial no romance.
Suas provocações aos leitores e leitoras são, sem dúvida, o que há de melhor na obra. O escárnio na medida certa, que confunde e provoca tanto o leitor desatento quanto o leitor atento, fazem parte deste universo nonsense de Ietitoth. Destaque para O capítulo que não foi escrito, lembrando mais uma vez de Lawrence Stern e, por que não?, Leminski no magistral Agora é que são elas.
Leitoras e leitores, seguindo a própria filosofia deste pândego herói medievo: se levem a sério, mas nem tanto!
Daniel Osiecki, editor.
Verão 2020
ISBN: 978-65-86526-43-1
222 pág.
Acesse nosso canal no Youtube: Kotter Tv
R$ 74,70 R$ 52,29
Luca Barbabianca faz uma pausa em sua profícua e já consagrada elaboração de versos e rimas, para nos contemplar, desta feita, com uma intrigante produção em prosa que ele próprio imaginou como uma espécie de “oficina de criatividade e crítica”.
À medida que desenvolve o relato ficcional da vida de Ietitoth I, rei de Cetatico-tico, o autor nos revela episódios verídicos da história universal que poucos conhecem, principalmente alguns referentes ao papado, bem como tece comentários jocosos acerca de atitudes e fatos que nos remetem à contemporaneidade.
Dono de humor cáustico e grande erudição – fruto essa de exacerbada curiosidade e incansável dedicação à leitura – Barbabianca não facilita para seus leitores e nem lhes perdoa as eventuais dificuldades com o texto.
Sustentam esta minha afirmação a “Advertência” que precede o primeiro capítulo – onde se lê que “Se for para o bem de seus leitores, tudo deve ser perdoado ao autor” e o “Alerta final”, posposto ao último capítulo, sobre o qual nada anteciparei.
Mas, para ser justo com nosso autor, devo tecer-lhe elogio por ter colocado, em notas de rodapé, observações explicativas sobre termos, personagens, datas e fatos citados nesta obra.
A literatura, ou melhor, a linguagem é uma invenção mágica dos humanos, como, por exemplo, a pintura ou a arqueologia. Nesta, você pode encontrar pompéias enterradas umas sob as outras; naquela, se você escarafunchar com a unha, descobrirá por baixo outras camadas de tinta. E na literatura também é assim. Mais até, porque na literatura tudo é plágio, mesmo que seja de inéditos que ainda não tenham sido escritos, impressos ou publicados.
Antes de deixá-los, vou cometer uma pequena indiscrição e compartilhar com vocês uma confissão que o autor me fez:
– “Quando imaginei esta narrativa, meu escasso objetivo foi o de pendurar um sorriso no lábio do leitor para que o acompanhasse até o final”.
Os leitores é que dirão se ele conseguiu ou não seu intento.
prof. Walter Puccini
Luca Barbabianca
O autor Luiz Carlos Cicala escreve sob o pseudônimo literário de Luca Barbabianca. Paulistano do bairro do Cambuci, nasceu no início de 1946 assim que foi firmada a paz ao fim da Segunda Grande Guerra. O autor veio ao mundo completamente analfabeto, mas não era exceção. Por essa época mais da metade da população brasileira não sabia ler nem escrever.