Toinho Pescador – Um Poeta de Penedo – Maria de Fátima Pereira de Sá, Antônio Gomes dos Santos

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Conheci Seu Toinho nos idos dos anos 80 pelas mãos de Inês, sua filha. Tempos de redemocratização, com pautas incendiárias. “Pai da Inês”: assim, durante muito tempo, ele foi identificado junto aos insurgentes dos anos 80 e 90. Isso não lhe desagradava, era visível o orgulho que a filha militante lhe proporcionava. 

Sem pressa, o Toinho Pescador, se consolidou junto aos mais diversos setores sociais e políticos alagoanos. Viajou o Brasil, visitou o Exterior. Sua fala forte e fácil, objetiva, traduzindo tanto a preciosa experiência vivida quanto visão de futuro e posicionamentos sempre coerentes e avançados, foi ganhando o mundo. 

Negro, pobre, pescador artesanal, interiorano, Seu Toinho brilha como pensador, ativista, poeta, memorialista. 

Este livro chega em ótima hora.  Mais um facho de luz num momento no qual as trevas voltaram a se espalhar pelo Brasil. 

Parabéns à Maria de Fátima Pereira de Sá! Seu olhar de pesquisadora qualificada identifica, analisa os conteúdos expressos por Antônio dos Santos, guiando com uma narrativa acadêmica o enredo espontâneo de um mestre do Velho Chico. Geraldo de Majella contribui igualmente com a contextualização do personagem/autor, a quem conhece também desde os anos 80. Em resumo, um belo e grande trabalho. 

À querida Inês, que se foi prematuramente, meu tributo e meu agradecimento por ter me tornado pessoa de casa, da casa deles, literalmente falando, no Barro Vermelho, aonde fui muitas vezes ouvir as histórias de Seu Toinho e saborear os quitutes da cozinha de Dona Luzinete. 

Boa leitura. Pesque você também, aqui, os sonhos de um fantástico ribeirinho. 

 Enio Lins é jornalista, chargista, está Secretário de Estado da Comunicação. Foi Presidente do DCE da UFAL, Secretário Municipal de Cultura de Maceió, Secretário Estadual de Cultura de Alagoas, Presidente do Iteal (Rádio Educativa, TV Educativa), Vereador por Maceió, Editor-Adjunto da Gazeta de Alagoas e Coordenador Editorial da Organização Arnon de Mello. 

 

Primavera 2020

ISBN: 978-65-86526-56-1

312 pág.

 

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Toinho Pescador – Um Poeta de Penedo

Seu Toinho emergiu da beira do São Francisco, ganhando o mundo a partir de Penedo. Pescador autêntico, curtido ao sol ribeirinho, espalha testemunhos vívidos de uma região tão bela quanto castigada e de um cenário social sofrido e excludente. Prosa e poema são formatos conhecidos do incansável pescador. Despontou para o público nos anos 80, nos movimentos pela redemocratização e seguiu adiante, sem parar, mantendo a defesa do Velho Chico, do meio-ambiente e dos pescadores em particular. Este livro apresenta e analisa uma coletânea de textos, versos e falas de um dos símbolos vivos da ribeira sanfranciscana: Antônio dos Santos – negro, trabalhador autônomo, pai de família, pescador, líder dos pescadores, ecologista nato, poeta e filósofo a seu modo, ao modo do melhor do povo brasileiro. 

Maria de Fátima Pereira de Sá

Maria de Fátima Pereira de Sá nasceu em Tacaratu-PE, em 28/02/1953. Graduada em Engenharia de Pesca (UFRPE – 1975), especializou-se em Oceanografia no IO/USP; Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (1989) e Doutora em Ecologia (2000), ambos na UFSCar.  Foi extensionista de pesca da ACARPA (PR). Na Universidade Federal de Alagoas, onde se aposentou, foi: pesquisadora do LABMAR, docente no Departamento de Biologia e no PRODEMA 

 

 

Antônio Gomes dos Santos

Nasceu em Penedo (AL) no dia 12 de dezembro de 1931. Seu pai lhe ensinou a pescar a partir dos 10 anos de idade. No entanto, ficou órfão de pai quando tinha 12 anos.

Começou a escrever poesias quando estudava numa escola pública da cidade, incentivado por suas professoras, mas precisou abandonar os estudos quando o pai faleceu, e foi trabalhar para ajudar a mãe a criar os filhos.

Ingressou nas Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica em 1969, iniciando um trabalho de ajuda a pessoas desassistidas da cidade. Depois, direcionou suas atividades para a defesa dos pescadores artesanais; trabalho que foi intensificado com o apoio da Pastoral dos Pescadores, da qual passou a fazer parte e sempre tendo como farol os ensinamentos de Cristo, no Novo Testamento.

Participou da luta pela inclusão de direitos dos pescadores e pescadoras artesanais na Constituição de 1988. Logo depois, foi criado o MONAPE – Movimento Nacional dos Pescadores – no qual passou a lutar mais ainda.

Enfrentou vários desafios até que, em 1986, foi eleito Presidente da Federação dos Pescadores do Estado de Alagoas, onde continuou a luta em defesa dos pescadores artesanais e das águas do Estado. Nesta função, ampliou sua ação em encontros nacionais, onde outros companheiros também lutavam pelas mesmas causas.

Graças às atividades realizadas por um grupo de católicos (um frei, uma freira, um sociólogo e um agricultor) durante um ano de  Peregrinação da nascente à foz do rio, em 1995,  foi escolhido, na qualidade de  representante dos ribeirinhos do Baixo São Francisco, para ir à Europa junto com representantes dos outros trechos do rio. Além de palestras na Áustria e na Alemanha, a equipe recebeu o Prêmio ARCEBISPO ROMERO – cujo objetivo era “apoiar e divulgar iniciativas que tragam contribuições para novas formas de ação social”.

Compôs a primeira diretoria do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos, tendo sido empossado para três biênios (2003-2010) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).

Em 2003, foi publicado seu primeiro livro – Pescando Cidadania, que reúne poemas sobre o rio São Francisco, a pesca artesanal e sua luta em defesa dos direitos dos pescadores e do meio ambiente. Duas novas edições ampliadas já foram publicadas.

Em reconhecimento pela sua luta, recebeu vários prêmios. Dentre estes: Menção Honrosa Prêmio Verde do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas; medalha de Ordem ao Mérito “Barão de Penedo”, da Prefeitura Municipal de Penedo; Prêmio Muriqui, do Conselho Nacional da Biosfera da Mata Atlântica; Personalidade da Bacia, concedido pela Diretoria Executiva do CBHSF; do Governo do Estado de Alagoas recebeu “a mais alta condecoração a pessoas que contribuíram diretamente com a preservação da água no Estado” – a Comenda Guardião das Águas; a Comenda Guardião das Águas do São Francisco foi concedido pela Câmara de Vereadores de Penedo.

Na 6ª Mostra Velho Chico de Cinema Ambiental, em 2019, foi homenageado com o Curta “O poeta do Barro Vermelho”, que contou um pouco da sua história em desenho animado, e foi ele próprio o narrador. O filme recebeu os prêmios do Júri Popular e do Júri Oficial.