Biden, Kamala e o futuro – 9 de novembro de 2020
por Pedro Carrano
A chapa Biden/Kamala venceu finalmente a disputa contra Trump. O mandatário de direita se recusa a aceitar e promete acionar a justiça em até cinco estados: Nevada, Geórgia, Pensilvânia, Arizona e Wisconsin. De acordo com análises, com pouca chance de efetividade.
Seu governo ainda se recusa até o momento a fornecer informações e acesso à Administração de Serviços Gerais (GSA) por parte da equipe de Biden.
No Brasil, a posição subalterna do governo Bolsonaro – que não se manifestou AINDA -, fica ainda mais escancarada.
As eleições nos EUA podem desde já incentivar o campo da mídia empresarial e da direita tradicional a construir uma alternativa a Bolsonaro, com discurso liberal e de centro, inspirado no modelo Biden. É o que já estamos vendo na programação da Globo.
O risco de construção no país de uma alternativa a Bolsonaro que mantenha o modelo econômico neoliberal. Cabe às forças de esquerda, nacionais e progressistas pressionar para que a alternativa seja um programa de esquerda e popular.
De toda forma, a vitória de Biden, com destaque para sua vice-presidenta, Kamala Harris, dialoga com a empolgação da juventude e dos setores que têm feito a luta contra Trump: negros e negras, juventude, mulheres, organizações LGBTI.
Esperamos que haja ainda mais pressão nas lutas no interior dos EUA.
E uma coisa é certa: a esquerda mundial deve, desde já, no início de novo governo dos EUA, demarcar e gritar em alto e bom som o que seria uma plataforma mínima e urgente: nenhuma intervenção externa do governo dos EUA, sobretudo, neste momento, na Venezuela! Soberania para os povos.
Pedro Carrano é o responsável pelo Boletim de Notícias da Kotter. Pedro nasceu em São Paulo (SP), em 1980. Jornalista, militante político e pai da Clara. Tem livros de reportagem e poesia. “Meninos sem Matilha” é seu segundo volume de contos.
Imagem, Fonte: Tenho Mais Discos Que Amigos
Revisão: Daniel Osiecki