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por Pedro Carrano

 

Como ensina a estratégia da extrema direita nas redes sociais, Donald Trump desde a madrugada do dia 4 de novembro já anunciou que era vitorioso e não aceitaria outro resultado, com o objetivo de pautar a opinião pública e a mídia empresarial.

Trump afirma que pedirá recontagem de votos do Wisconsin, estado em que Joe Biden lidera a apuração com ligeira vantagem de votos. Com até 1% de diferença na derrota, seria a possibilidade para Trump pedir a recontagem de votos. Até as 15h de hoje, 95% dos votos do estado haviam sido apurados, e o democrata tinha 49,57% contra 48,95% do candidato à reeleição, de acordo com o UOL.

Até às 15h45 do dia 4, a vantagem de Biden em relação a Trump mantinha-se em 227 a 213, em número de delegados de colégios eleitorais por estado. É necessário que o vencedor atinja o número de 270 delegados. Com a consolidação da vitória em Michigan, a possibilidade de vitória do democrata aumentou, indicavam analistas. Às 16h, algumas análises de cenários apontam que Trump chegaria a apenas 164 votos.

Uma vitória de Biden pode ser vista sob o ângulo da necessária derrota de Trump. Porém, não cabe comemoração e ilusão. Governos democratas tendem a manter a máquina do Estado imperialista responsável, por exemplo, pelos golpes em Honduras (2009), Paraguai (2012), Brasil (2016), além dos ataques à Síria, Líbia, e tentativa de desestabilização dos países fronteiriços com Rússia e Venezuela.

É importante a derrota e enfraquecimento da extrema-direita, que tem braço no Brasil, Polônia, Hungria e Índia.

Não se pode, porém, perder a crítica ao neoliberalismo, ao imperialismo. Nesse sentido, a opinião pública progressista e a esquerda mundial deve aproveitar um início de governo para pautar: nenhuma intervenção e nenhuma intervenção externa, sobretudo neste momento na Venezuela!

 

Pedro Carrano é o responsável pelo Boletim de Notícias da Kotter. Pedro nasceu em São Paulo (SP), em 1980. Jornalista, militante político e pai da Clara. Tem livros de reportagem e poesia. “Meninos sem Matilha” é seu segundo volume de contos.

Imagem, Fonte: O Globo

Revisão: Daniel Osiecki

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