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A Kotter Editorial convida para o lançamento do novo livro que traz a tradução, prefácio e notas de Roosevelt Rocha, “Píndaro: Epinícios e Fragmentos”, no dia 05 de dezembro (quarta-feira), às 19h, no Ornitorrinco Bar, em Curitiba.

Sobre o livro: “Píndaro foi o mais importante poeta mélico da Antiguidade Clássica. Ele compôs em variados gêneros, mas notabilizou-se por causa de seus epinícios, canções compostas para celebrar a vitória de um competidor num dos quatro grandes jogos da Grécia Antiga: os Jogos Olímpicos (em Olímpia), os Jogos Píticos (em Delfos), os Ístimicos (no Ístmo, perto de Corinto) e os Jogos Nemeicos (em Nemeia). Nesses poemas o poeta garante que a vitória do vencedor será imortalizada através da canção. Desse modo, os poemas de Píndaro tiveram uma função determinante dentro da cultura grega da época, ou seja, garantir que seu patrono tivesse glória imorredoura. Além disso, Píndaro também compôs partênios (canções cantadas por um grupo de moças que ainda não eram casadas e, por isso, virgens), encômios (poemas cantados em banquetes para louvar o patrono do poeta), ditirambos (hinos em homenagem a Dioniso), peãs (hinos em homenagem a Apolo), hinos a vários deuses, entre outros tipos de canção. Isso mostra que Píndaro foi versátil e soube adaptar seu talento a diferentes ocasiões e para diferentes públicos.

Este livro traz a primeira tradução completa de todos os epinícios e de todos os fragmentos de Píndaro. Aqui está a obra do maior poeta mélico (isto é, um poeta que compôs poemas para ser cantados, seja por um coro, seja por um único cantor) da Antiguidade. Estamos tentando cobrir aqui uma lacuna enorme na tradição dos Estudos Clássicos em Língua Portuguesa. Desse modo, será necessário ao leitor habituar-se à leitura do nosso autor. Desde a Antiguidade, Píndaro foi considerado um poeta obscuro, difícil. Talvez, seja mesmo, mas principalmente numa primeira leitura. É preciso conviver, ler e reler seus poemas para, com o tempo e a repetição, compreender pelo menos em parte, as suas composições. É preciso sempre lembrar que esses poemas eram canções feitas para ser cantadas e não lidas, como fazemos hoje em dia. O fato de não termos as melodias é lamentável. Mas temos as ‘letras’ das canções, digamos, e o que temos já é arrebatador. Por isso, nas traduções o leitor encontrará metáforas surpreendentes, aparentes mudanças repentinas de assunto e máximas que resumem boa parte da sabedoria grega antiga. Sendo assim, convidamos o leitor a aceitar o desafio de conhecer os píncaros e os vales da poesia pindárica.”

Sobre o autor: Píndaro

Píndaro, segundo nossas fontes, nasceu em Cinoscéfalas, localidade na região da cidade de Tebas, na Beócia, por volta de 518 a. C., e teria morrido por volta de 438 a. C., talvez em Argos. Desde jovem, ele teria sido iniciado na poesia e na música por pessoas da sua família. Quando tinha por volta de 18 anos, ele teria ido para Atenas para continuar sua formação poético-musical com grandes músicos e poetas da época, como Laso de Hermíone. Ainda jovem ele teria ficado famoso por compor um ditirambo no qual homenageava a cidade de Atenas, que tinha desempenhado papel determinante na vitória grega sobre os Persas. Observando os vencedores homenageados por ele em seus epinícios, podemos concluir que ele viajou muito e teve relações íntimas com vários potentados daquele período histórico da Grécia. Existem notícias que nos informam que ele teria mesmo sido escolhido para ser sacerdote de Apolo em Delfos e que ele teria também sido tratado como um heroi, sendo homenageado com esculturas. Seu túmulo e sua casa, inclusive, teriam se tornado local de culto, onde até Alexandre, o Grande teria prestado homenagem a ele.

Roosevelt Rocha

Roosevelt Rocha nasceu em Goiânia, Goiás, em 1974. É licenciado em História, pela Universidade de Brasília; fez mestrado em Letras Clássicas, na Universidade de São Paulo, com dissertação sobre a viagem ao mundo dos mortos em Homero e em Virgílio; e fez doutorado em Linguística, na Universidade de Campinas, com tese sobre o livro Sobre a Música, de Plutarco. Entre 2014 e 2015, fez Pós-Doutorado na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, sob a supervisão de Claude Calame, quando, com bolsa da Capes, pôde traduzir todos os epinícios de Píndaro. É professor na Universidade Federal do Paraná desde 2008 e desenvolve pesquisas sobre poesia grega arcaica e clássica e tem realizado traduções de poetas mélicos, como Álcman e Báquilides, e trágicos, como Ésquilo e Eurípides.

Esperamos por você!

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