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Recentemente, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Poder Data mostrou que 57% dos brasileiros apoiam o impeachment do presidente Jair Messias Bolsonaro. Apenas 37% afirmou que o pedido de impeachment não deve ser aprovado.

A pesquisa ouviu 2500 pessoas em 462 municípios de todas as 27 unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Essa pesquisa só reflete o que temos visto na CPI da covid-19, pois, a cada informação nova que é apresentada nos depoimentos, fica comprovada a culpa mútua entre o Ministério da Saúde, com a gestão do ministro Eduardo Pazuello, e do presidente Bolsonaro. Ambos, por ações ou omissões, agravaram a pandemia.

Apesar do objeto da CPI ser a situação do colapso de Manaus, podemos perceber que essa se espalhou por outras cidades do nosso país e por outros estados. A cada prova que aparece nos depoimentos, em documentos, em vídeos ou em material fonográfico apresentados na Comissão, aqueles que apoiavam Bolsonaro e que são mais moderados passam a perceber que não tem mais como o apoiar.

Até este momento já foram apresentados e protocolados mais de 120 pedidos de impeachment contra o Bolsonaro. Porém, recentemente, Arthur Lira disse que arquivou 100 destes pedidos, pois não teriam nenhum fundamento.

Fica a dúvida de como Lira conseguiu, junto com a sua Assessoria Jurídica, analisar 100 pedidos de impeachment de fevereiro até hoje, mesmo com a CPI da covid-19 acontecendo e outras pautas sendo votadas na Câmara dos Deputados. É difícil de acreditar que, mesmo com tudo isso, Lira tenha concluído que não há nenhum pedido de impeachment consolidado contra Bolsonaro.

Outro problema em relação ao processo de impeachment é o tempo que demanda para levá-lo a cabo. Caso o pedido de impeachment contra o Presidente da República seja aceito, o procedimento a ser seguido é montar uma comissão, mais ou menos como aconteceu na CPI, com pessoas que serão apresentadas por partidos políticos.

Com isso, tem-se a escolha dos membros da comissão e se escolhe o relator. Depois, o relator vai colher as informações para fazer o relatório. Esse é, então, colocado em votação para ver se a comissão concorda ou discorda deste.

A partir disso, há a votação do pedido de afastamento do presidente, inicialmente por cerca de seis meses. Além disso, ele tem o direito de se defender. Todo o processo vai durar um tempo que acabará invadindo o período do recesso parlamentar e vai chegar à quarentena eleitoral, lá em abril de 2022. Tendo isso em vista, acho pouco provável que tenhamos tempo hábil para aprovar o pedido de impeachment.

Mesmo assim, não vou desistir e nem estou pedindo que vocês desistam também. Existem outros caminhos para afastar o presidente Bolsonaro além do impeachment. Como o resultado da CPI da covid-19, pode-se ter uma denúncia formalizada a ser apresentada pela PGR ao STF. Isso pode ser encaminhado ao Congresso e gerar o afastamento do presidente. O próprio Michel Temer teve uma denúncia apresentada contra ele durante o período em que ele foi Presidente da República.

Porém, com o conchavo político que há no Congresso e com o orçamento paralelo do governo Bolsonaro de cerca de 3 bilhões de reais, que passa pela mão de um monte de político corrupto, o presidente consegue manter sua base de apoio. Na eleição de 2022, entretanto, vários apoiadores fiéis do presidente Bolsonaro mudarão de lado, porque ficará insustentável defendê-lo caso ele se mantenha no cargo por todo esse período.

Além disso, o TSE já autorizou a quebra do sigilo telefônico de algumas pessoas e empresas, que pode trazer informações para a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão. Portanto, nós temos alternativas.

A CPI da covid-19 provavelmente durará 90 dias, ou seja, teremos a CPI ainda por mais ou menos dois meses. Enquanto a Comissão Parlamentar de Inquérito ainda estiver acontecendo, nem a Câmara dos Deputados Federais e nem o Senado vão colocar uma pauta tão relevante para votação. Por isso, precisamos continuar fazendo pressão popular.

Sobre as manifestações pelo Fora Bolsonaro que estão acontecendo, vê-se pelas fotos que os manifestantes estão respeitando fielmente as recomendações de utilização de máscara, face shield e distanciamento social. E esses atos são importantes.

Precisamos cobrar a saída do presidente Bolsonaro e temos alternativas para isso acontecer. De todo modo, o ideal é que o processo de impeachment fosse mais palpável. Isso não quer dizer que esse não vai sair, mas para isso a pressão tem que aumentar.

A CPI da covid-19 tem que encerrar os trabalhos até julho, para que em agosto ou setembro ocorra a abertura do pedido de impeachment e consigamos afastar o Presidente da República oficialmente do seu cargo para que ele não possa concorrer à eleição de 2022.

Esse criminoso genocida precisa ir para cadeia. Pessoas como Bolsonaro não podem ter voz na política, pois não podemos ser tolerantes com os intolerantes. Se tivessem punido Bolsonaro no passado, assim como fizeram com Daniel Silveira, ele não seria a Presidente da República. Talvez ele não tivesse tido tantos mandatos como deputado federal, mas a justiça foi leniente com o presidente e os seus com seus pares no Congresso também foram lenientes.

Tudo isso gerou o momento de agora, em que mais de 450 mil vidas foram perdidas para covid-19 e o grande responsável é Jair Messias Bolsonaro.

Talvez o pedido de impeachment não saia, mas todos os índices de pesquisa mostram que, com certeza, Bolsonaro não será eleito em 2022. Mesmo assim, não vamos desistir do pedido de impeachment e não vamos desistir do Fora Bolsonaro.

Uma resposta

  1. Fora Bolsonaro.Ninguem aguenta mais este Psicopata.Concordo c.tudo q. está dito neste artigo.Tem q.haver uma maneira de afastar este “coiso”e todos q.o cercam.

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