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Reluzente mês de dezembro inunda a cidade.

Vou de encontro aos brilhos das lâmpadas, que escorrem a luzir em minhas retinas em festa.

Curitiba parece florida de luzes.

Gosto do natal, o nascimento de Jesus já vale o ingresso, Cristo que lutou contra o sistema, que esteve ao lado dos desvalidos e necessitados, Jesus Cristo paz e amor, só acredito no Cristo libertário!

Este período de festas culmina com a virada de ano, coloco-me a lembrar de Terezinha e Roberto, meus doces pais, adoravam esta época, além dos meus irmãos, Mary, Pedro e Sandra. Este encantamento natalino mantém-se, abraçado por Angela Santiago, minha doce esposa.

Ouço o mar distante, vagueia em mim, música perene para a minha pulsação.

Quantos bardos caminharam por esta cidade, quantos tiveram a corda em laço, por não estarem dispostos a jogar o jogo, não serviram ao status quo.

Paulo Leminski ainda bigodeia, ecoando a sua poética por sobre Curitiba. Dario Velozzo, acode-me, enquanto lembro que ainda não pude respirar o ar do seu “Templo das Musas.” Os umbigos beligerantes das musas.

A lentidão que me põe sem vontade é incompatível com a inquietude de meu corpo, gosto da solidão das luzes, elas enquadram o meu olhar vidrado.

Sentimentalismos de fim ano. A esperança aguarda o dia primeiro de janeiro, nossa estrela felpuda, presságio de bons tempos.

Imagino os pintores: Guido Viaro, Alfredo Andersen, Theodoro De Bona. João Groff, recriando a Curitiba iluminada, penso em Potty Lazarotto e seus murais.

Minha crônica de Natal, mancheia desenfreada em convulsão, alguém berrou – poeta!

Mar febril, não consegui ouvir.

Nesta escola de samba, luminosa, sou passista, banhado em cores, enviesado e estranhíssimo.

Persigo a noite de cascatas brilhantes. Verdes, vermelhas e amarelas rutilam, fulguram.

Nasceu uma flor de luzes, lá pertinho do largo da ordem, em minha desordem pensei em tomar um “Submarino”, no Bar do Alemão, enquanto o Natal, quem sabe aqueça os corações e as mentes. O mar febril de cerveja e steinhaeger.

Não gosto de fogos de artifício, gosto apenas do céu pintado de cores! Meu cachorro/amigo/filho, Lobão, e eu, agradecemos se o estrondo irritante for extinguido.

Memórias natalinas em ondas espumadas, a beijar a areia do tempo.

No espocar da palavra, um brinde!

Feliz Natal e próspero Ano Novo, saúde!

Todos os bons sabores dessa vida.

Fabio Santiago é poeta e prosador. Publicou os livros Intramurus, Versos magros (compre aqui), Mar de sombras e Cantos temporais. Instagram: @fsantiago006

 

 

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