por Francisco C. Duarte
Quando junho de 2020 chegou, eu já estava ficando cansado de remoer sempre os mesmos pensamentos
pessimistas: vou ou não contrair o mutante SARS-CoV-2 que produziu essa pandemia letal? Será que todo mundo
vai se infectar? Tudo o que fazia era repetir a mesma pergunta, sem nunca chegar a uma resposta. Será que
estaria fugindo de algo? Será que quero morar na lua? A outra pergunta que ativava o meu fluxo de consciência
era: por que quero passar um ano sabático em Salvador ou nas termas do Jorro ou João Pessoa, ou ainda, em
Juazeiro do Norte? E logo agora que construí uma nova e invejável cabana na rua das Bruxas, na paradisíaca praia
do Campeche?
pessimistas: vou ou não contrair o mutante SARS-CoV-2 que produziu essa pandemia letal? Será que todo mundo
vai se infectar? Tudo o que fazia era repetir a mesma pergunta, sem nunca chegar a uma resposta. Será que
estaria fugindo de algo? Será que quero morar na lua? A outra pergunta que ativava o meu fluxo de consciência
era: por que quero passar um ano sabático em Salvador ou nas termas do Jorro ou João Pessoa, ou ainda, em
Juazeiro do Norte? E logo agora que construí uma nova e invejável cabana na rua das Bruxas, na paradisíaca praia
do Campeche?
Acho que quero estar próximo da estética do calor nordestino e fugir da estética do frio sulino. Não sei! Não há mais tempo para compreender.
E as coisas estão dando muito certo por aqui, para ser verdade!
Talvez precise de uma estação só o ano inteiro e não só aquela do verão, na qual impera a magia e o encantamento com vida o ano todo.
De repente, me dei conta de que estou infamiliarizado no lugar onde habito! E que tenho que fazer algo inusitado,
como conhecer a delícia que é o viver nordestino e saber da beleza que ali se esconde.
como conhecer a delícia que é o viver nordestino e saber da beleza que ali se esconde.
Não sei se dará certo ou não, mas preciso dar o primeiro passo.
Pretendo viajar quando a primavera chegar e o pico do vírus tiver terminado.
Quero largar tudo aqui e partir em paz! E não vou ficar entristecido por me despedir dos meus familiares, amigos e alunos.
Quero deixar para trás essa vida essencialmente virtual e sem sentido existencial que levo agora! Quero me reencontrar com a vida. E o Nordeste é a minha última utopia!
Enfim, esse é o meu dilema: ficar ou partir rumo ao bem bom, que é a vida nordestina?
Por acaso ,você teria outro lugar para me indicar? Sei agora que cada um é responsável por seus atos no singular. E não quero ser um bocó irresponsável ou criança globalizada esperando o pior acontecer.
Entre o instante de ver e o momento de concluir, a urgência compele ao ato de decidir.
Acho que o lugar perfeito seria Salvador, ou João Pessoa, ou o Juazeiro do Norte! Sei não! Só sei que a vida é contigente e cheia de boas e más surpresas.
E vai ser assim que começarei a minha vida pós COVID- 19: em um novo lugar! É a descoberta de um novo amor, com todas as suas emoções e encantos.
Definitivamente, será um projeto surpreendente e emocionante, que me aguarda para saborear a vivência em meu país tropical, abençoado por Deus e bonito por seus recursos naturais e seu povo falante. É uma decisão irrevogável!
Francisco C. Duarte 01.06.2020
Uma resposta
Você não está só, Francisco. Moro na Lagoa da conceição e também pretendo ir para o Nordeste, tão logo possa – em todas suas variantes. Pelas minhas circunstâncias, devo ir para Salvador. Em 2017, passei meses em João Pessoa – posso dizer que vivi a experiência de morar lá – e adianto que amo aquilo tudo. Quem sabe a gente ainda se encontra, Francisco. Um abraço.