Search

A bola que rola não cola nos meus pés, passa adiante, atravessa o gramado e deita no peito do pé, do lateral esquerdo que não pisa, nem maltrata, apenas lança com efeito, encontra a cabeça do atacante que não consegue vencer o goleiro, uma muralha!

Fazia tempo que não pisava em um estádio, hoje, estivemos com meu sobrinho que treina firme para ser um guarda-metas profissional. Ao lado de minha irmã o garoto nos encontra, está quase maior que todos nós.

Olhando para ele, que faz defesas tão sagazes, transformando o menino na quadra do gol em xerife! Pedrinho para nós, Pedrão para o professor!

Também tive uma camisa de goleiro quando criança, só não tenho o talento. Fluminense, primeiro time que torci na vida, estampado no peito do tricolor pó de arroz, encontrei esta foto dias atrás. Depois descobri que gostava do Coritiba, influência do meu pai e do ex-cunhado e amigo Mauro. Torci para times de outros estados também, agora me escapam, mas jogador mesmo para mim sempre foi o Maradona, o da Argentina, do Napoli que acompanhei. Calma meus caros, Garrincha foi o maior, Pelé o Rei e Maradona o Maestro, o melhor que eu vi jogar!

Meu irmão Peu sempre foi bom de bola, eu quase nada, um espasmo, pronto! Rodopiava de lá para cá, não saia do lugar, a bola sim, para um companheiro da equipe!

João Cabral de Mello Neto que lindeza “A bola não é a inimiga como o touro, numa corrida…usar com malícia e atenção dando aos pés astúcias de mão.”

Sampdoria, penso que foi o último time que torci, a seleção de 82 a melhor que já vi, a copa de 86, um tango poético argentino.

No final dos anos 80 o Show do Esporte da Band começou a transmitir a NBA, Magic Johnson, Michael Jordan, Kareem Abdul-Jabbar em fim de carreira, era o começo do fim do futebol para mim.

Depois era só copa do mundo, voltei aos campos trabalhando e não via mais graça, futebol era outro, preferia ouvir a crônica, parecia poetizar a bola que, nos gramados daqui, não mais me empolgavam.

Agora, vendo Pedrinho, salvando as redes de balançar, espalmando bolas impossíveis, sem “O medo do goleiro diante do pênalti”, o futebol parece voltar a acenar para mim.

Quem sabe, logo trocarei o Jersey do Lakers por uma camisa de goleiro com o nome do menino.

Uma resposta

  1. Bonita história do tio torcedor, que já viveu seus tempos de boleiro.
    Curioso o jeito que você nos mostra a passagem do tempo ao usar Copas do Mundo e suas estrelas mais brilhantes.
    Com todo o respeito ao basquete, volte pro futebol.
    Abs

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *