O poema acádio que aqui se apresenta em edição bilíngue, conhecido como Descida de Ishtar ao mundo dos mortos, foi conservado em duas tabuinhas de argila, escritas em cuneiforme, pertencentes à biblioteca do rei assírio Assurbanípal (685-627 a. C.). Tendo sido composto no início do primeiro milênio antes de nossa era, nele confluem tradições semitas e sumérias que remontam ao terceiro milênio, envolvendo a viagem da deusa Ishtar (em sumério, Inana) ao mundo subterrâneo dos mortos – o Kurnugu – e sua surpreendente volta dessa “terra sem retorno”.
Jacyntho Lins Brandão
Jacyntho Lins Brandão é professor emérito de língua e literatura grega da Universidade Federal de Minas Gerais e membro da Academia Mineira de Letras. Doutor em letras clássicas pela Universidade de São Paulo, foi professor visitante da Universidade de Aveiro, Portugal. Autor, dentre outros, de A poética do hipocentauro (2001), A invenção do romance (2005), Em nome da (in)diferença (2014) e Antiga Musa: arqueologia da ficção (2015). Traduziu do grego Como se deve escrever a história, de Luciano de Samósata (2009), e, do acádio, Ele que o abismo viu: epopeia de Gilgámesh (2017).
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